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03/10/2014 Undime

SAM 2014 reuniu as principais organizações que lutam pela inclusão no Brasil

Representantes das principais entidades que lutam por uma educação pública e de qualidade para todos discutem os desafios para a garantia da educação inclusiva

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Instituições privadas de ensino especial que jogam contra a inclusão e incentivam a segregação das pessoas com deficiência. A importância da mobilização social para que as famílias cobrem do poder público o direito de seus filhos estudarem em escolas regulares. Estes foram alguns dos temas abordados pelos representantes do Comitê Técnico da 12ª Semana de Ação Mundial: Direito à educação inclusiva ? por uma escola e um mundo para todos. As discussões ocorreram na manhã de 23/09, durante a mesa Panorama do direito à educação inclusiva no Brasil: o que defendemos.

A cada edição da Semana de Ação Mundial, é formado um comitê técnico composto pelos principais especialistas da área. Neste ano, para discutir o direito à educação inclusiva, foram convidadas as seguintes instituições e movimentos, que contribuíram técnica e conceitualmente: ActionAidCampe (Centro de Apoio a Mães de Portadores de Deficiência)Escola de GenteFederação Brasileira de Síndrome de DownFórum Nacional de Educação InclusivaMais DiferençasUnescoUndime e Unicef.

Em sua fala, Cleuza Repulho, presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), advertiu que a efetivação desse direito ainda enfrenta a resistência de algumas famílias, que preferem as escolas especiais e erroneamente acreditam que a proteção e a exclusão são as melhores alternativas para seus filhos.

Para reverter a resistência das famílias, Keila Leite Chaves, fundadora do Campe (Centro de Apoio a Mães dos Portadores de Eficiência), defende um grande movimento de disseminação de informações sobre o tema. ?Temos de saber que educação é um direito de todos e que nossos filhos com deficiência estão incluídos nesse direito?, defendeu. Mãe de um adolescente com deficiência, ela lembra que só após tomar conhecimento da Convenção de Salamanca pode acionar os órgãos de fiscalização e de controle social e lutar por uma matricula em uma escola comum.  ?A indignação me levou à luta. Pois bastou eu não saber para que me fosse negado um direito. [Por desconhecer a lei] o que a escola me dava, me servia como resposta?, recordou ao defender que só a pressão das famílias pode mobilizar os gestores públicos a garantir a inclusão.

?Se o sistema não está fortalecido é preciso que as redes de ensino criem as estruturas necessárias para garantir a educação inclusiva?, argumentou Rebbeca Otero Gomes, coordenadora do setor de educação da Unesco no Brasil. ?Reduzimos muito a questão da discriminação e do preconceito quando a gente forma e informa?, falou ao cobrar dos gestores públicos mais investimento em infraestrutura, materiais e currículo acessíveis, além de formação continuada em educação inclusiva.

Nessa mesma linha, Luana Rodrigues, representante da Escola de Gente, defendeu que a superação das barreiras existentes na sociedade podem fazer com que ?as futuras gerações possam reverter a cultura discriminatória?. Ela lembrou que a garantia dos direitos iguais ocorre quando há a legitimação das diferença e também apresentou o projeto Teatro Acessível, desenvolvido pela organização que busca garantir o acesso à cultura a todas as pessoas.

Outro ponto alto do debate foi a fala de Jéssica Mendes Figueiredo, que trabalha no Conade (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e atua como relações públicas da Federação Brasileira das Associações das Pessoas com Síndrome de Down. ?Ao estudar em classes comuns pude conviver com as diferenças. Hoje, tenho um trabalho que traz alegria e que me faz sentir realizada?, disse emocionada.

Autor: Semana de Ação Mundial

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