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24/06/2008 Undime

Notícias do Ideb

JORNAL VALOR ECONÔMICO (SP)

20/06/2008 - Maria Cristina Fernandes

 

Cartilha para se votar melhor
Esta será a primeira eleição municipal em que o eleitor poderá saber se o prefeito melhorou a educação de sua cidade. Às cifras vagas de investimentos e iniciativas inconclusas abundantes nos palanques, o eleitor poderá contrapor a cobrança pelo Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb) cujos dados municipais serão divulgados hoje.

Esta será a primeira eleição municipal em que o eleitor poderá saber se o prefeito melhorou a educação de sua cidade. Às cifras vagas de investimentos e iniciativas inconclusas abundantes nos palanques, o eleitor poderá contrapor a cobrança pelo Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb) cujos dados municipais serão divulgados hoje. É a segunda vez que se faz a divulgação pública desses dados. A primeira deu-se em 2005, a partir de dados colhidos em 2004, último ano que antecedeu a gestão dos atuais prefeitos. O índice 2008, com dados colhidos em 2007, permitirá que se avalie o que o prefeito fez pela educação nos três primeiros anos de sua gestão. Aquele que disser que gastou mais em educação terá que provar pelo índice que suas crianças também estão aprendendo mais.

Pelos dados já divulgados, houve melhora de indicadores que já atingiram metas estabelecidas para 2009, ainda que alguns resultados sejam inferiores aos de 1995. O ministro Fernando Haddad não acredita na tese de que alguns indicadores pioraram em relação à década passada porque a educação foi universalizada. Prefere apostar que o resultado seja reflexo da propagação do que chama de "cultura da progressão continuada" no país. Como o Ideb conjuga o grau de aprovação com o resultado de provas de português e matemática, não adianta aprovar o aluno de qualquer maneira porque na quarta série ele cairá no Ideb.


Haddad enfrentou resistências dentro e fora do ministério à divulgação pública dos dados do Ideb. Mas fincou o pé na decisão apoiado no êxito de experiências no mundo inteiro que combinaram o estabelecimento de um parâmetro nacional de avaliação com a pressão pública sobre os administradores advinda da publicidade dos indicadores.


Mozart Neves Ramos, coordenador do movimento "Todos Pela Educação" teme que as eleições de outubro tragam descontinuidade nessa melhora, vez que as transferências voluntárias do MEC estão condicionadas ao cumprimento de metas previamente acordadas. "Como mudam prefeitos, secretários, equipes técnicas, diretores de escola, temo que os projetos sofram descontinuidade", diz.


O deputado Carlos Abicalil (PT-MT), integrante da comissão de Educação da Câmara, não vê razão para o temor. "Se a simples continuidade administrativa bastasse, como se explica a estagnação dos indicadores educacionais em São Paulo depois de 21 anos de um mesmo grupo político no governo do Estado?"


Em pesquisa encomendada ao Ibope sobre as prioridades do brasileiro, a entidade coordenada por Mozart Neves Ramos constatou que Educação vinha em sétimo lugar. Em sua experiência como secretário estadual em Pernambuco, Mozart Neves Ramos, tinha a tradução local dessa pesquisa nas reuniões que o governador fazia com os prefeitos. "Eles pediam tudo, principalmente dinheiro para ponte, estradas. Nunca vi chegar um único para pedir recurso para formação de professores", relembra. Ele aposta que a divulgação do Ideb eleve a demanda por melhor educação.


Ideb prova se gasto levou criança a aprender

No diagnóstico que precedeu o Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) identificaram-se 1.242 municípios com dramáticos indicadores. Descobriu-se que praticamente nenhum desses municípios havia recebido transferência voluntária do MEC. E ninguém conseguia dizer se tinham uma educação deficiente porque faltava dinheiro ou se não recebiam recursos porque tinham pouca educação. O fato é que as transferências do Ministério não chegavam onde mais se precisava delas.


Apesar de ainda continuarem com as piores notas, as regiões Norte e Nordeste avançaram mais no Ideb. Em alguns Estados a melhoria dos indicadores chegou a 32%. A constatação de que é mais fácil avançar a partir de um base educacional mais depauperada só chama a atenção para o atraso com que essa melhora acontece. Se é mais fácil, por que ninguém ainda tinha feito?
O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), atribui os resultados do Ideb à capacidade de articulação do MEC com os prefeitos: "Não tem encontro, convenção ou congresso de municípios que o Haddad não esteja lá. E não é para bater ponto. Monta sua banca e atende prefeito até as 10h da noite".


O indicador mais frágil do Ideb é o ensino médio, que permaneceu praticamente estagnado entre 2005 e 2007. "A maior parte dos alunos avaliados têm mais de 17 anos, estuda à noite e trabalha de dia. É em função dessa realidade que tem que ser pensada a solução", diz o deputado Abicalil.
A aposta do MEC, a reformulação do Sistema S para o aumento na oferta de vagas de um ensino médio voltado à profissionalização, enfrentou forte resistência por parte das confederações patronais e hoje está sendo renegociado dentro do governo com a intermediação do vice-presidente José Alencar.


Com acordo prévio, a proposta poderá ter tramitação mais fácil no Congresso, onde o MEC coleciona mais êxitos do que a maioria das pastas da Esplanada, entre eles com os projetos mais estruturantes da política educacional, o Prouni, que enfrentou o fortíssimo lobby das escolas privadas, e o Fundeb, que passou quase por unanimidade dos votos na Câmara - 435 votos a 5.
Se os frios números do Ideb não forem alerta suficiente para a necessidade de se dar prioridade ao ensino médio, o Rio de Janeiro oferece dados mais eloqüentes. Foi um dos Estados em que o ensino médio piorou entre 2005 e 2007. Marcos Paulo da Silva Correia, 17, David Wilson Florêncio, 24, e Wellington Gonzaga da Costa, 19, traficados como mercadoria do descaso no morro da Providência, estavam fora da escola.

 

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO

21/06/08 - Lisandra Paraguassú e Simone Iwasso

 

 Os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb - fonte: http://ideb.inep.gov.br/Site/) 2007, divulgados ontem pelo Ministério da Educação, mostram que as escolas do País melhoraram nos dois últimos anos. Ainda assim, apenas 62 municípios brasileiros podem se orgulhar de ter para turmas de 1ª a 4ª série um ensino público com qualidade de países desenvolvidos, o que significa ter nota 6 (em uma escala de 0 a 10). O governo federal espera ver o País todo alcançar essa média em 2022. Nas turmas de 5ª a 8ª série, os avanços foram ainda menores: apenas duas cidades, Imigrante (RS) e Três Arroios (RS), conseguiram chegar a essa média.

Os resultados do Ideb por municípios mostram um quadro consideravelmente melhor do que em 2005, quando o ministério fez a primeira Prova Brasil - a avaliação universal do ensino fundamental. A partir daí foi criado o Ideb, que é calculado com dados da aprovação escolar e das médias de desempenho dos estudantes em português e matemática nas avaliações nacionais, a Prova Brasil e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (leia mais sobre a metodologia na pág. A35).

As notas de 2005 revelaram que apenas 235 municípios conseguiram, na etapa de 1ª a 4ª série, uma nota acima de 5 , a partir da qual a rede de ensino pode ser considerada boa. Hoje, são 892. Apenas 10 cidades tiveram então médias acima de 6 naquele ano. Ainda assim, boa parte dos municípios brasileiros ainda patina com Ideb abaixo de 4. Na etapa de 5ª a 8ª série, um quarto dos municípios fica com médias abaixo de 3 - uma nota considerada pelo próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, como “menos do que regular”. De 1ª a 4ª série, a situação, mais uma vez, é melhor. Ainda assim, são 904 cidades com notas 3 ou abaixo.

“No geral, acho que ficamos bem. Fiquei muito feliz com os resultados, significa que o sistema finalmente está se movimentando, criou-se uma preocupação com a aprovação, com o currículo, com o que ensinar”, disse a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar. “Mas não podemos pensar que está bom. Esse é o resultado de uma primeira reorganização.”

O ministério comemora especialmente o avanço que os sistemas mostram nos resultados da 4ª série. Seria uma demonstração de que as crianças mais novas estão aprendendo mais e a esperança de que esses bons resultados cheguem, daqui a alguns anos, à 8ª série e ao ensino médio. Isso porque, hoje, o final do ensino fundamental ainda fica muito aquém do necessário. Apenas 88 cidades brasileiras conseguiram alcançar uma média 5 na 8ª série.

Algumas cidades apresentam um perfil que pode ser considerado quase caótico. Ubatã, na Bahia, levou o título este ano de rede com pior Ideb na 4ª série do País, com apenas 0,9. Mais grave ainda, a cidade reduziu pela metade o seu resultado, que era de 1,8 em 2005. Os resultados na educação parecem ser reflexo do próprio caos administrativo da cidade. Em junho do ano passado, o prefeito da cidade, Adailton Magalhães, foi preso acusado de desvio de recursos públicos e superfaturamento. O Estado tentou contato com a prefeitura, mas ninguém respondeu no local.

Entre os 100 municípios com piores Idebs na 4ª série, 40 pioraram entre 2005 e 2007. Em todos, o perfil é semelhante: houve piora nas taxas de aprovação e também nos resultados da Prova Brasil. O mesmo aconteceu com as cidades que tiveram resultados ruins na 8ª série. Mas, nesse caso, das 100 com piores resultados, 58 caíram entre 2005 e 2007.

Apesar dos avanços nas regiões mais pobres do País, as diferenças regionais ainda se mantêm. Enquanto os bons resultados se concentram no Sul e no Sudeste, são as cidades do Norte e Nordeste que aparecem na ponta de baixo do ranking. Entre os 100 municípios com piores Idebs, 99 estão nessas regiões, boa parte deles dos Estados da Bahia - que tem os dois piores resultados, Ubatã e Barra do Rocha - e do Pará. A exceção é Capitão Andrade, em Minas Gerais.

O secretário da Educação da Bahia, Adeum Sauer, lamentou o mau resultado das duas cidades, municípios vizinhos a 375 quilômetros de Salvador. “Se a gente olha as notas que os alunos receberam na prova, houve até uma evolução”, afirma Sauer. “O problema foi a queda na aprovação dos alunos.”

Na 8ª série, o pior resultado do País está em Baraúna, no Rio Grande do Norte, com um Ideb de 1,5 - ainda pior do que os meros 2 pontos de 2005. Nos dois anos, os estudantes da cidade tiveram notas ainda mais baixas na Prova Brasil e a reprovação na 5ª série aumentou 10 pontos porcentuais.

Na ponta de cima do ranking, a pequena cidade paulista de Adolfo, com 3 mil habitantes, tem o mais alto Ideb do País para a 4ª série: 7,7. São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina concentram a maior parte das cidades com os melhores resultados do País. O Nordeste aparece com apenas um município entre os 100 melhores. São Domingos do Cariri, na Paraíba, com o único Ideb 6 da região. A nota 6 almejada pelo MEC é a média apresentada por países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A atual média da rede pública brasileira é 4,2 para a etapa de 1ª a 4ª série.

 

Municípios prioritários obtiveram melhora

Eles tinham qualidade muito ruim e receberam atenção especial do MEC

Uma das boas notícias do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2007 vem justamente dos 1.246 municípios apontados no ano passado como os mais preocupantes do País. Desses, apenas 104 não atingiram as metas projetadas para 2007 na 4ª série. Em alguns casos, como o de São Simão (SP), a evolução foi muito além do esperado: de um Ideb de 3,5 pontos, a cidade alcançou a seleta lista dos 62 municípios com Ideb 6 no País.

O avanço desses municípios - e o fato de outros no Brasil terem ficado para trás - poderá fazer com que o Ministério da Educação modifique a lista. “Não vamos tirar ninguém da lista dos 1.246 prioritários, mas poderemos acrescentar outros que não tiveram os resultados desejados”, revelou a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Almeida e Silva.

Os 1.246 municípios considerados prioritários foram selecionados pelo Ministério da Educação por terem os piores Idebs do País e também os das suas regiões e irão receber atenção especial. No ano passado, foi feito um diagnóstico dos problemas e, a partir do início deste ano, começaram a ser feitos convênios com repasse de recursos para ajudar as cidades a resolverem seus principais problemas.

Os recursos ainda não chegaram. Mas o ministério acredita que o simples diagnóstico dos problemas já ajudou os municípios a reorganizarem suas redes e avançarem no Ideb. “O próprio diagnóstico tem um reflexo. É uma primeira onda de organização. Muitos secretários começaram a se interessar pelas taxas de aprovação, pelo conteúdo da Prova Brasil, pelo currículo das escolas”, afirmou Maria do Pilar. “Antes, o resultado do município e da escola não contava, apareciam apenas os resultados do Estado. Não chegava até o prefeito, o secretário municipal.”

Dos 1.246 municípios prioritários, oito alcançaram médias 5 ou acima, todos saindo de resultados em torno de 3,5. Outros 312 conseguiram passar da média 4, considerada regular pelo ministério. Itaúba, na Bahia, é um dos que mais avançaram: passou de 0,7 para 4,5. A maioria, no entanto, continua na categoria “pior que regular”, com resultados abaixo de 3. Apesar de terem alcançado suas médias, o ponto de partida dessas cidades era muito baixo. “O desafio agora é fazer com que elas mantenham o ritmo, especialmente nessa transição eleitoral. A eleição é algo que nos preocupa muito”, revelou Maria do Pilar.

O ministério pretende visitar os municípios e os novos secretários de Educação para tentar garantir que a transição não afete o planejamento feito até agora.

Escola com melhor desempenho está no interior e atinge nota 8,6

Em Santa Fé do Sul (SP), alunos e professores comemoram resultado obtido na avaliação

 “Tudo o que a gente vê, lê e assiste que deu certo em outros lugares, a gente adapta e faz aqui”, resume a diretora Odete Rondina Stefanoni, que ontem anunciou aos seus professores e alunos, sem esconder o orgulho, que o colégio deles, o Elisabeth Maria Cavaretto de Almeida, da rede municipal de Santa Fé do Sul (interior de São Paulo), teve o melhor Ideb do País na 4ª série do ensino fundamental. Com índice de 8,6, havia mesmo motivo para a comemoração que tomou conta das salas: são alunos da rede pública que tiveram desempenho similar ao obtido por estudantes de países desenvolvidos.

“É um banho de auto-estima na gente”, conta a diretora. “Mas fizemos um trabalho árduo para isso ser possível”, diz. Por trabalho árduo, a diretora quer dizer a adoção de medidas que incluem controle das atividades e formação dos professores, criação de aulas de recuperação fora do horário de aula, inclusão de atividades extra-curriculares e o principal, segundo ela, acompanhamento individual de cada aluno, dentro e fora da escola - isso inclui visitas às famílias. Além disso, no Ideb de 2005 a escola havia ficado com um mísero 2,6. “Achamos que estava errado, deve ter tido algum problema nos dados naquele ano”, diz Odete.

A escola, com seu bom desempenho, têm semelhanças com outras redes que ocupam o topo do ranking da educação nos primeiros anos do ensino fundamental, como Barrinha e Cajuru. Está localizada em cidades do interior, faz parte de redes que não ultrapassam os dez mil alunos, a participação da comunidade é maior e os pais conhecem os professores. Talvez por esses fatores, o número de falta de professores é baixo e há poucas licenças de saúde. Os índices, entre 7,5 e 8,6 estão, na média, cerca de dois pontos mais altos do que os obtidos em 2005 - fator que mostra, em dados detalhados, o aumento nas notas de português e matemática dos estudantes, além da queda na repetência.

Os dados do Ideb por escola deste ano revelam que, individualmente, as escolas têm melhorado. Nessa edição do índice há mais escolas com resultados acima de 6 na 4ª série do que com resultados abaixo de 2. São 739 escolas com as médias mais altas, enquanto 542 estão do lado de baixo do ranking.

Visões de Extremos


Enquanto a escola de Santa Fé do Sul passará a ser, ao menos até o próximo indicador, exemplo de qualidade de ensino, a escola estadual Ruy Paranatinga Barata, em Belém (Pará), será o modelo negativo. O colégio, pelos dados disponíveis até o momento, tem Ideb de 0,1 - o menor do País para 4ª série. “Hoje a realidade é outra. O desempenho escolar melhorou bastante”, defende a professora Tereza Gemaque, surpresa com o resultado.

No entanto, até 2006 as carências da escola eram assustadoras. Os professores eram mal qualificados, os alunos pouco exigidos no aprendizado e não havia psicólogos e técnicos em educação para cuidar de 2.900 alunos. Para completar, as brigas e agressões colocaram a escola entre as mais violentas da cidade. Foi um período muito ruim para a escola, agravado pela tentativa de estupro de uma aluna dentro das dependências do estabelecimento.

A diretora da escola, Léa Miranda, explica que a primeira providência de sua gestão, iniciada há um ano, foi convocar a comunidade da CDP, um dos mais carentes da região, a acompanhar a vida escolar dos alunos. Ela diz que, com as famílias dentro da escola, discutindo os problemas que afligiam a todos, a situação começou a mudar. Os estudantes da 1ª a 5ª começaram a melhorar o desempenho, a segurança no local foi reforçada e a violência caiu.

“Para o que era antes, a escola mudou muito, e para melhor”, diz Antonio Carlos Ferreira, pai de um aluno. Para ele, é preciso investir mais em escolas problemáticas como essa. “Aqui numa escola como esta é que está o futuro do Brasil”, resume Ferreira.

Com Idebs que vão de 0,1 a 0,6, as piores escolas estão espalhadas pelo País e apresentarem uma grande queda em relação a 2005 - quando tiveram Idebs bem maiores.

Federais

Entre as melhores escolas de 8ª série do País há poucas surpresas e a confirmação, mais uma vez, da eficiência dos colégios federais - que tradicionalmente se diferenciam pela infra-estrutura, pela proximidade com instituições de ensino superior e pelo processo seletivo bastante disputado. Dos sete melhores Idebs, cinco são de instituições federais. Na liderança, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco, seguido dos colégios militares de Recife e Salvador.

74% dos municípios cumpriram objetivos.

 

Ao todo, 74,5% dos mais de cinco mil municípios brasileiros conseguiram atingir suas metas estabelecidas para 4.ª série do ensino fundamental em 2007 pelo Ministério da Educação (MEC). Apesar de o próprio ministério afirmar que os objetivos traçados para cada rede e escola eram baixos - até porque partiam de patamares bastante ruins -, a melhoria dos índices de maneira geral não deixa de ser um sinal de avanço no desempenho dos estudantes. Em São Paulo, o índice de redes municipais que cumpriram suas metas ficou em 53,4%. Em relação à 8.ª série, a meta estabelecida conseguiu ser batida por 75,2% das redes municipais do País e por 62,9% das localizadas em São Paulo.

 

Índice considera taxa de repetência e médias

Criado no ano passado, Ideb avalia qualidade do ensino por escolas, municípios e Estados

Criado pelo Ministério da Educação (MEC) no ano passado, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é calculado a partir dos dados da aprovação escolar e das médias de desempenho dos estudantes em português e matemática em duas avaliações nacionais, a Prova Brasil, aplicada universalmente, e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), feito por amostragem.

São calculados índices para a 4ª série do ensino fundamental, considerada o fim da etapa de alfabetização, da 8ª série do ensino fundamental, que permite avaliar o que o aluno aprendeu em toda a primeira fase da educação básica, e do 3º ano do ensino médio, o fim da educação básica. Para a 4ª série e para a 8ª série do ensino fundamental, a avaliação usada é a Prova Brasil, feita por todos os alunos de todas as escolas públicas do País, o que permite ao ministério informar os índices para cada município e cada escola brasileira.

Já no para o ensino médio, a avaliação usada é o Saeb. Nesse caso, a prova é feita por amostragem, representando as redes de cada Estado. Por isso, os Idebs do Ensino Médio são apresentados apenas para o Brasil como um todo e para cada Estado. O mesmo acontece com as escolas privadas, que fazem apenas o Saeb e têm os resultados informados apenas para a média nacional.

No caso das avaliações, tanto Prova Brasil quanto Saeb, a responsabilidade pela elaboração, aplicação, correção e divulgação dos dados é do Inep, órgão de pesquisas e estatísticas do ministério. Todos os resultados ficam disponíveis na Internet e podem ser acessados por qualquer pessoa.

Já o Censo Escolar coleta as informações por meio de um sistema eletrônico. Todo ano, o ministério dá um prazo para que as próprias escolas acessem um cadastro, por meio de uma senha que recebem, e preencham um formulário. São pedidas informações detalhadas sobre a escola, os alunos e professores, além das turmas em que eles estão. Nesse momento, é possível ocorrer erros que podem alterar o resultado de uma escola ou município.

Justamente por considerar não apenas a nota, mas o fato de o aluno estar sendo promovido, e cursando a série adequada para a sua idade, o Ideb é considerado um indicador mais completo. Também por isso, ou seja, por levar em conta rendimento e desempenho, é possível usá-lo para traçar metas a serem alcançadas pelas redes, escolas e para o País.

De acordo com o ministério, o índice dá pouca margem para manipulações por meio das redes e escolas. Por exemplo, caso queiram facilitar a promoção do estudante, passando todos de ano, os alunos saberão menos e terão um desempenho pior nas avaliações, puxando o Ideb para baixo.

Em um outro caso, se tentarem garantir uma aprendizagem retendo o estudante para que apenas os melhores participem da avaliação, aumentarão a taxa de reprovação e o índice também cairá.

 

JORNAL DIÁRIO DO GRANDE ABC (SP)

 

O governo federal divulgou as notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento  da Educação Básica) com erros de digitação que comprometem a avaliação  individual de algumas unidades escolares. A falha fez com que a Emeief  (Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental) Luiz

Gonzaga, de Santo André, fosse avaliada como a pior do Estado nos  ciclos de 1ª a 4ª séries. O Ideb é um raio X do ensino do País,  similar ao que ocorre em São Paulo com o Idesp (Índice de

Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo).

 

As notas de cada escola são formadas pela combinação do desempenho dos alunos em um

exame nacional e o percentual de aprovação para a próxima série. Foi  nesse cruzamento de informações que houve a falha. A tabela divulgada  pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais  Anísio Teixeira), órgão ligado ao MEC (Ministério da Educação), mostra

que a turma de 4ª série da Luiz Gonzaga teve apenas 2,8% de  aprovações. "O que não faz nenhum sentido. Não temos sistema de aprovação automática, mas trabalhamos para que os alunos avancem de série. Cerca de 98% dos alunos daquela escola passaram", explica a

 secretária de Educação e Formação Profissional de Santo André, Maria Helena Marin.

 

A Prefeitura de Santo André especula que os números de  aprovados foram lançados como reprovados, despencando a nota da escola. A média da Luiz Gonzaga foi 0,6. Em 2005, na última edição do exame, foi 4,5. O valor estava dentro da média do município. Este ano, com os dados corretos, a escola teria nota 4,8. A Emeief Luiz Gonzaga fica no Parque Erasmo Assunção e tem 832 alunos. Outra escola de Santo André teve o mesmo problema. A Emeief Cecília Maria, do Jardim Cecília Maria, teve média de 1,5, quando o correto seria 5,4. A média municipal de Santo André é 4,9. Certamente o erro prejudicou o dado, mas para saber a média correta seria necessário pegar as notas de todos os alunos da cidade e cruzar com os dados de aprovação. "O que preocupa é a imagem negativa que teriam os alunos, pais, professores e mesmo a cidade.

 

A meta do governo federal é que as escolas cheguem em 2010 com média 6. Estamos bem próximos dessa nota", ressalta Maria Helena Marin. O Estado de São Paulo é o único da federação que intermedia o envio dos dados das escolas para o Inep. As cidades repassam os resultados para a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), que os transmite à Brasília. A Prefeitura trabalha com a possibilidade de que o erro no abastecimento

 do banco de dados tenha ocorrido na autarquia paulista. A Prodesp informou ontem à tarde que não teria como fornecer imediatamente um parecer sobre o assunto, que estaria em análise.

 

Outros Erros

 

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Capital também teve sua nota prejudicada por falhas no sistema. Alunos que pediram transferência, abandonaram a escola ou morreram, teriam sido computados como reprovados, influenciando as médias de diversas escolas daquela cidade.

 

 

 


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