17/09/2003 Undime
A Fundação Orsa, com apoio da Unesco, e em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Martinho Campos - MG, lançou dia 8 de setembro, durante Seminário Nacional sobre Financiamento da Educação Infantil em Brasília (DF), o Município Feliz. Trata-se de um livro que orienta os prefeitos a buscarem financiamentos alternativos e parcerias com a sociedade civil para que seja implantada - de forma simples, barata e eficaz - uma nova política pública à educação infantil.
O material foi organizado em linguagem simples e didática e mostra aos responsáveis pelo Poder Público Municipal porquê investir, onde e como buscar recursos para a educação na primeira infância. De acordo com Sergio Amoroso, presidente do Grupo Orsa e instituidor da Fundação Orsa, investir na primeira infância é um passo estratégico para o País, capaz de minimizar consideravelmente os problemas sociais. "Estudos do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, apontam que para cada dólar investido em políticas públicas na primeira infância, serão economizados 7 dólares em repetência e evasão escolar, assistência social, atendimento à doença mental e sistemas prisionais", explica Amoroso.
Amoroso destaca ainda que o investimento em educação infantil é muito barato. "Seguindo as propostas do Município Feliz, é possível gastar somente R$ 107 mensais per capita, valor que paga profissionais qualificados, um professor para cada cinco crianças e a formação continuada desses profissionais. Os custos de recuperação de adolescentes em medidas sócioeducativas de internação são dez vezes maiores", acrescenta ele. No Brasil, não há um fundo específico para a área de educação infantil.
Conforme determinado pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, o responsável por esse nível educacional é o município, que repassa uma média de 15% dos recursos destinados ao Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) para a educação das crianças de 0 a 6 anos.
Para agravar este o cenário, o País ainda convive com professores sem escolaridade mínima ou formação específica e com o conceito deturpado de que a Educação Infantil é uma preparação para o ensino fundamental. "As creches acabam funcionando como depósitos de bebês. Na maioria delas, as crianças são privadas de seu direito de brincar, descobrir e aprender, pois não contam com ambientes enriquecedores, profissionais capacitados ou materiais e brinquedos que favoreçam o desenvolvimento de suas potencialidades, de forma crítica e criativa", explica Vera Melis, coordenadora de Educação da Fundação Orsa. Segundo ela, os estudos mais recentes da neurociência provam que o período que vai da gestação até o sexto ano de vida é o mais crucial na preparação das bases de competências e habilidades no curso de toda a vida humana.
O Município Feliz destaca o sucesso do Programa de Gestão Pedagógica para Infância - Progepi, que reúne projetos técnicos e pedagógicos implantados em espaços denominados Centros de Educação Infantil - CEI. Em parceria com a prefeitura de Caraguatatuba, a Fundação Orsa administra oito CEIs, atendendo 2.250 crianças no período integral (100% das crianças de zero a quatro anos do município), e desenvolveu uma metodologia que integra as ações nas áreas de educação, saúde e promoção social, desenvolvendo atividades com os pais, a comunidade e aprimorando a qualidade do trabalho dos profissionais envolvidos com a educação infantil.
O Progepi reúne iniciativas como a manutenção de filtros de água na altura das crianças, banheiros especialmente adaptados e a organização de áreas para literatura, teatro, casinha, brinquedos etc. Para valorizar o profissional que atua no CEI, foram criados grupos de estudos e discussões, fora do horário de trabalho, possibilitando o desenvolvimento da auto-estima dos professores. Com 13 capítulos, o Município Feliz ainda traz uma geografia da Educação Infantil no Brasil - apontando dados de região por região -, bem como dados da legislação, relação de organizações que realizam trabalho expressivo na área, tabelas para diagnóstico do município e sugestão de projetos para construção de creches, pré-escolas e Centros de Educação Infantil, com espaços que favoreçam o desenvolvimento integral das crianças. A publicação também está disponível no site www.municipiofeliz.org.br .
Sobre a Fundação Orsa
Criada em 1994, a Fundação Orsa atua como "sementeira" de projetos e ações voltados à formação integral da criança e do adolescente. Ela estabelece modelos de propostas, dedica-se à pesquisa e ao desenvolvimento dessas "sementes" que, depois de testadas e aprovadas, podem ser disseminadas por ela e/ou por outras organizações, multiplicando assim o alcance e o impacto na sociedade.
"Somos um veículo de transformação para unir todas as pontas, entregando esperança à sociedade e soluções comprovadas ao governo", explica Sergio Amoroso, instituidor da Fundação Orsa e principal acionista do Grupo Orsa, cujas empresas destinam 1% do faturamento bruto anual para a Fundação Orsa.
Sediada em Carapicuíba, na Grande São Paulo, a missão da entidade é promover a formação integral da criança e do adolescente em situação de risco pessoal e social. Em 2002, foram realizados mais de 1.020.040 atendimentos.
Fonte: CDI - Comunicação, 08/09/03
thais@cdicom.com.br
A Fundação Orsa, com apoio da Unesco, e em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Martinho Campos - MG, lançou dia 8 de setembro, durante Seminário Nacional sobre Financiamento da Educação Infantil em Brasília (DF), o Município Feliz. Trata-se de um livro que orienta os prefeitos a buscarem financiamentos alternativos e parcerias com a sociedade civil para que seja implantada - de forma simples, barata e eficaz - uma nova política pública à educação infantil.O material foi organizado em linguagem simples e didática e mostra aos responsáveis pelo Poder Público Municipal porquê investir, onde e como buscar recursos para a educação na primeira infância. De acordo com Sergio Amoroso, presidente do Grupo Orsa e instituidor da Fundação Orsa, investir na primeira infância é um passo estratégico para o País, capaz de minimizar consideravelmente os problemas sociais. "Estudos do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, apontam que para cada dólar investido em políticas públicas na primeira infância, serão economizados 7 dólares em repetência e evasão escolar, assistência social, atendimento à doença mental e sistemas prisionais", explica Amoroso.Amoroso destaca ainda que o investimento em educação infantil é muito barato. "Seguindo as propostas do Município Feliz, é possível gastar somente R$ 107 mensais per capita, valor que paga profissionais qualificados, um professor para cada cinco crianças e a formação continuada desses profissionais. Os custos de recuperação de adolescentes em medidas sócioeducativas de internação são dez vezes maiores", acrescenta ele. No Brasil, não há um fundo específico para a área de educação infantil.Conforme determinado pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, o responsável por esse nível educacional é o município, que repassa uma média de 15% dos recursos destinados ao Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) para a educação das crianças de 0 a 6 anos.Para agravar este o cenário, o País ainda convive com professores sem escolaridade mínima ou formação específica e com o conceito deturpado de que a Educação Infantil é uma preparação para o ensino fundamental. "As creches acabam funcionando como depósitos de bebês. Na maioria delas, as crianças são privadas de seu direito de brincar, descobrir e aprender, pois não contam com ambientes enriquecedores, profissionais capacitados ou materiais e brinquedos que favoreçam o desenvolvimento de suas potencialidades, de forma crítica e criativa", explica Vera Melis, coordenadora de Educação da Fundação Orsa. Segundo ela, os estudos mais recentes da neurociência provam que o período que vai da gestação até o sexto ano de vida é o mais crucial na preparação das bases de competências e habilidades no curso de toda a vida humana.O Município Feliz destaca o sucesso do Programa de Gestão Pedagógica para Infância - Progepi, que reúne projetos técnicos e pedagógicos implantados em espaços denominados Centros de Educação Infantil - CEI. Em parceria com a prefeitura de Caraguatatuba, a Fundação Orsa administra oito CEIs, atendendo 2.250 crianças no período integral (100% das crianças de zero a quatro anos do município), e desenvolveu uma metodologia que integra as ações nas áreas de educação, saúde e promoção social, desenvolvendo atividades com os pais, a comunidade e aprimorando a qualidade do trabalho dos profissionais envolvidos com a educação infantil.O Progepi reúne iniciativas como a manutenção de filtros de água na altura das crianças, banheiros especialmente adaptados e a organização de áreas para literatura, teatro, casinha, brinquedos etc. Para valorizar o profissional que atua no CEI, foram criados grupos de estudos e discussões, fora do horário de trabalho, possibilitando o desenvolvimento da auto-estima dos professores. Com 13 capítulos, o Município Feliz ainda traz uma geografia da Educação Infantil no Brasil - apontando dados de região por região -, bem como dados da legislação, relação de organizações que realizam trabalho expressivo na área, tabelas para diagnóstico do município e sugestão de projetos para construção de creches, pré-escolas e Centros de Educação Infantil, com espaços que favoreçam o desenvolvimento integral das crianças. A publicação também está disponível no site www.municipiofeliz.org.br .Sobre a Fundação OrsaCriada em 1994, a Fundação Orsa atua como "sementeira" de projetos e ações voltados à formação integral da criança e do adolescente. Ela estabelece modelos de propostas, dedica-se à pesquisa e ao desenvolvimento dessas "sementes" que, depois de testadas e aprovadas, podem ser disseminadas por ela e/ou por outras organizações, multiplicando assim o alcance e o impacto na sociedade."Somos um veículo de transformação para unir todas as pontas, entregando esperança à sociedade e soluções comprovadas ao governo", explica Sergio Amoroso, instituidor da Fundação Orsa e principal acionista do Grupo Orsa, cujas empresas destinam 1% do faturamento bruto anual para a Fundação Orsa.Sediada em Carapicuíba, na Grande São Paulo, a missão da entidade é promover a formação integral da criança e do adolescente em situação de risco pessoal e social. Em 2002, foram realizados mais de 1.020.040 atendimentos.Fonte: CDI - Comunicação, 08/09/03thais@cdicom.com.br