13/02/2003 Undime
Francisco Demontier | |
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Francisco Demontier Cantinas das escolas municipais de Juazeiro começaram ontem a receber os produtos da merenda As aulas da Rede Pública de Ensino dos municípios do Ceará começaram desde o início do mês, mas em Juazeiro e Centro-Sul as crianças e adolescentes estão indo para casa mais cedo por falta da merenda escolar. Em Juazeiro, a espera pode terminar hoje, com a chegada dos produtos nas cantinas das escolas. No Centro-Sul, o atraso no processo de licitação para compra dos gêneros e da transferência de recursos para as escolas estaduais fizeram com que milhares de alunos ficassem sem merenda nas duas primeiras semanas de aulaJuazeiro do Norte (Sucursal) — Em Juazeiro, cerca de 40 mil estudantes de 70 escolas públicas ou conveniadas estão sendo prejudicados. A Secretaria de Educação promete iniciar hoje a entrega dos produtos alimentícios. A diretora do almoxarifado, Marlene Dias Bezerra Sampaio, explica que o governo Federal não repassa verba para a merenda escolar nos meses de janeiro e julho.Somente ontem, dia 12, o depósito começou a ser abastecido e, pela manhã, já tinha leite, ovos, óleo de soja, arroz, açúcar e massa de milho. Estava sendo esperado ontem à tarde outros produtos como suco, mingau, charque e biscoito, mas todo o estoque inicial só dá para 20 dias. Marlene Sampaio espera que esse seja o passo inicial para regularizar a situação. Mesmo assim, as cantinas das escolas municipais continuavam vazias e as merendeiras sem trabalhar.No depósito de uma delas, por exemplo, havia apenas dois pacotes de soja e alguns de massa de milho e sal que sobraram do ano passado. Após uma semana de desabastecimento, já era possível notar a redução no número de alunos por falta da merenda escolar. Até mesmo um turno corrido foi criado a fim de que os estudantes, sem recreio, pudessem ser liberados mais cedo para suas casas. A reclamação é geral por parte de alunos e pais destes que denunciam ainda a existência de salas com cerca de 80 alunos, o que torna o ensino impraticável.Somente na Escola de Ensino Fundamental Cícera Germano Correia, na Vila São Francisco, são 1.350 alunos sem a merenda escolar. Patrícia Leandro, estudante da 6ª Série, disse que é obrigada a pedir, todo dia, o dinheiro da merenda aos pais para não passar fome na escola. O secretário municipal da educação, Fernando Macedo Carneiro, considera pouco o desembolso do governo Federal de apenas 13 centavos para cada refeição.