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19/02/2003 Undime

Crianças aprendem japonês com diversão

Estudar na Escola Evangélica de Tempo Integral Professora Josephina de Mello, na Colônia Cachoeira Grande, zona Leste de Manaus, não significa apenas aprender as matérias do ensino fundamental. Lá, além de português, matemática ou história os alunos também aprendem japonês.

Criada em 1998, pelo pastor evangélico Tomoyuki Nakada, da Missão Evangélica Sul América do Brasil, a escola é a única no País a ensinar a língua japonesa para alunos brasileiros dentro de uma instituição de ensino fundamental. São 87 alunos, entre 6 e 14 anos, que passam a ter um contato mais estreito com a cultura oriental por meio do idioma, considerado estranho e difícil para grande parte dos brasileiros, mas que para as crianças e adolescentes da escola é uma diversão.

Segundo o assessor do pastor Tomoyuki, que é diretor da escola, Hajime Oda, o índice de aprendizagem dos alunos é muito bom, mas para alcançar esse sucesso Tomoyuki desenvolveu um método próprio de ensino, por meio de desenhos e conversação, deixando para os níveis mais avançados a escrita.

“Até agora havia muitos métodos que davam muita importância para a letra, mas o diretor criou um outro método, usando desenhos, onde a criança consegue aprender com mais facilidade. Só depois é que entra a grafia”, explicou Hajime.

O método foi criado há pouco mais de dois anos com a ajuda de pesquisadores japoneses porque a metodologia anterior, usada nos cursos de língua japonesa, não prendia muito a atenção das crianças por ser bem mais difícil, onde os alunos aprendiam da forma convencional, passando, inicialmente, pelos fonemas, grafia e assim por diante, até chegar à conversação.

“Basicamente, os primeiros níveis são mais fáceis e as crianças aprendem rápido, com muita facilidade. Já para os adolescentes é um pouco mais complicado porque eles precisam aprender a formação gramatical da frase para poder organizar o seu raciocínio”, diz Hajime. “Obrigado”, por exemplo, é ensinada através de um desenho de uma criança recebendo um presente, com grafia do jeito que é pronunciado, “arigatô”, mas uma frase mais elaborada como “qual é o seu nome?” (“onamae wa nandesuka?”) precisa ser mais explicada, especialmente para os alunos mais velhos.

São duas aulas semanais, às segundas e sextas-feiras, no horário da tarde. Durante a manhã os alunos estudam as matérias curriculares. Além do japonês, eles ainda têm aula de inglês, pintura, música, cerâmica, agricultura, além de prática desportiva e ensino bíblico.

Apesar do grande interesse demonstrado pelos alunos, a maioria não completa o curso de japonês porque acaba deixando a escola antes de terminar o ensino fundamental. Mas quem consegue aprender pode até ganhar uma viagem para o Japão. Por duas vezes a escola já levou grupos com cerca de quatro alunos para conhecer de perto a cultura japonesa.

No Japão eles vão perceber a real diferença entre as escritas que aprenderam na escola, a usada para a comunicação com outros países, chamada “katakana”, a que é usada no próprio país, “Hivagana”, e a “Kanji”, grafia chinesa, de símbolos, muito usada pelos japoneses. Apesar de parecerem semelhantes para nós, brasileiros, a língua chinesa não tem muita coisa em comum com a japonesa, exceto pelo Kanji.

Até cerca de três anos atrás a Escola Professora Josephina de Mello, construída numa área verde de 30 mil metros quadrados, recebia ajuda financeira do Japão, mas desde então é mantida pelas mensalidades dos alunos, que é de R$ 340, de 1a a 4a série, e de R$ 350, de 5a a 7a série. Tem convênio com a Escola Japonesa que fica no mesmo bairro e intercâmbio com uma escola evangélica no Japão. Suas aulas são de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 16h30.


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