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15/09/2003 Undime

Analfabetismo funcional atinge 38% dos brasileiros

Uma pesquisa realizada pela ONG Ação Educativa, em parceria com o Instituto Paulo Montenegro (ligado ao Ibope), apontou --no início da década da alfabetização (2003-2012), assim proclamada pelas Nações Unidas-- que o Brasil ainda tem muito o que conquistar na área da educação.

O estudo indicou que apenas 25% dos brasileiros com mais de 15 anos têm
pleno domínio das habilidades de leitura e de escrita. Isso quer dizer que 1 em cada 4 brasileiros consegue compreender totalmente as informações contidas em um texto e relacioná-las com outros dados.

Segundo o levantamento, 38% dos brasileiros podem ser considerados
analfabetos funcionais. Desses, 8% são analfabetos absolutos. Os outros 30% têm nível de habilidade de leitura e de escrita muito baixos, isto é, conseguem identificar enunciados simples, mas são incapazes de interpretar um texto mais longo ou com alguma complexidade.

Os 37% restantes têm um nível básico de leitura e de escrita --são capazes de localizar e de compreender informações em textos curtos, como uma carta ou uma notícia.

Para 80% dos brasileiros, o ensino fundamental completo garante somente um nível básico de leitura e de escrita.

O resultado não é surpreendente, uma vez que apenas 20% da população
brasileira tem a escolaridade mínima obrigatória (ensino fundamental e
ensino médio).

Quando o estrato estudado é aquele em que as pessoas tinham apenas três anos de estudo, o percentual de analfabetos funcionais chega a 83%. Mesmo entre as pessoas com quatro a sete anos de estudo, pouco mais da metade atinge os níveis básico e pleno de habilidade de leitura e de escrita. Os demais também podem ser considerados analfabetos funcionais. A pesquisa também apontou uma queda no hábito de leitura entre os brasileiros.

Uma das principais propostas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é o combate ao analfabetismo no país. Batizado de "Uma Escola do Tamanho do Brasil", o plano de governo para a educação apresenta propostas específicas para a questão da alfabetização de jovens e de adultos.

Responsável pela implementação do projeto, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, começou a trabalhar na proposta desde sua posse, procurando conhecer as ações já existentes nas instituições de ensino superior e conclamando a participação dos estudantes universitários no combate ao analfabetismo.

Várias instituições de ensino superior apresentaram projetos de
alfabetização de jovens e de adultos e manifestaram apoio às propostas
governamentais.


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