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17/02/2004 Undime

TV Escola interativa: inclusão digital ainda que sem o uso da internet

Localizada num bairro pobre de Vitória, a escola de ensino médio Clóvis Borges Miguel foi uma das primeiras a receber a TV Escola Digital Interativa, solução desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação à Distância e do Proinfo. Trata-se de uma evolução do projeto TV Escola, do MEC, que visa a formação, capacitação e atualização de professores e alunos da rede pública.

O projeto deverá atender a aproximadamente 200 mil escolas do Ensino Básico, em todo o país, até 2006. Destas, 66 mil têm mais de cem alunos. Recepção de conteúdo educativo via satélite, programas educativos são transmitidos e recepcionados numa "caixa", um computador com HD de 4Gb, usando software livre, capaz de armazenar os programas e, por meio de um driver de CD-ROM, proporcionar a gravação para exibição em laboratórios de informática tanto nos micros quanto em DVD players. Na escola de Vitória, o laboratório, que tem 20 computadores, não tem acesso à internet. Mas, para a diretora Claudete Silva do Nascimento Radaelli, a rede mundial de computadores nem faz falta.

Na tela plana da TV, o portal da TV Escola, com interface amigável e manipulado via controle remoto, oferece acesso a um menu que inclui a programação de emissoras públicas como a NBR, que veicula notícias de Brasília, a TV Mackenzie, e educativas como a TV Escola e, em breve, o canal Futura. Além disso, traz um guia de estudos, com programas temáticos e exercícios em texto que podem ser impressos e usados em sala de aula. O conteúdo das aulas fica disponível na "caixa" por sete dias, quando os programas, automaticamente, começam a se sobrepor. Eu não consegui ver nada até agora que estivesse errado neste projeto.
É melhor que computador com internet, porque o conteúdo é puramente fortalecedor — afirma a diretora.

Jean Claude Frajmund, diretor da TV Escola Digital Interativa, ressalta a importância do uso da TV digital como saída para a exclusão digital e para a educação à distância: Esta é a primeira televisão digital interativa da América Latina, com tecnologia 100% brasileira. A missão da Secretaria de Educação à Distância é a inclusão tecnológica das escolas, a formação continuada dos professores e o enriquecimento dos processos de ensino e aprendizagem — diz Jean Claude. Os objetivos da secretaria são ambiciosos: a rede pública de ensino básico no Brasil tem 180 mil escolas públicas, dois milhões de professores e 50 milhões de alunos. Hoje, 43 mil escolas estão equipadas com o kit TV Escola, composto por antena parabólica, televisor, videocassete e receptor analógico do sinal de satélite. Das 43 mil escolas, 15 mil já recebem o sinal digital, mas ainda sem interatividade.

— Buscamos tecnologias com capilaridade nacional para entregar conteúdo pedagógico em qualquer canto do país. A educação à distância, muito desenvolvida no Primeiro Mundo, é muito baseada na web. O Brasil não tem essa capilaridade — explica Jean Claude. Ele está certo. Dados da Anatel dizem que somente 6% dos municípios têm provedores de internet e só 10% da população têm acesso à rede. Usar somente a internet serviria à exclusão, não à inclusão digital. A tecnologia satelital tem essa capilaridade. Com a digitalização do sinal, além de transportar áudio e vídeo a gente pode transportar também dados e textos. Agora, os planos incluem a industrialização do projeto, a elaboração de mais conteúdo e de cursos de formação continuada dos professores, além da oferta de um canal de retorno, para que o professor possa mandar mensagens com sugestões e pedir conteúdos específicos.


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