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03/06/2003 Undime

Relatório sobre educação brasileira apresentado na ONU será lançado em Brasília

O ensino fundamental não está universalizado no Brasil, nem mesmo para as pessoas de 7 a 14 anos. Apesar do crescente aumento de matrículas no ensino médio em algumas regiões, em âmbito nacional a oferta ainda é insuficiente: em 2000, apenas 40,1% da população com mais de 14 anos e ensino fundamental completo frequentava o ensino médio. Essas são algumas das informações contidas no documento "O direito à educação no Brasil", elaborado por Sérgio Haddad, relator nacional para o Direito à Educação, apresentado no dia 2 de abril, em Genebra, durante reunião da Comissão de Direitos Humanos da ONU, e que será lançado no Brasil no próximo dia 11 de junho, durante a VIII Conferência Nacional de Direitos Humanos, em Brasília.

No relatório, estatísticas oficiais, pesquisas de ONGs e uma missão investigativa em Fortaleza (CE) são analisadas sob as perspectivas de raça, gênero e territorialidade. O resultado indica que as políticas da última década não garantiram equidade educacional para os diversos segmentos. A população negra, os portadores de necessidades especiais e os jovens e adultos são os grupos mais vulneráveis. Norte e Nordeste concentram os piores índices de exclusão escolar.

As consequências da política nacional foram constatadas em Fortaleza, ao lado de situações específicas, provocadas pelas políticas estadual e
municipal, como as péssimas condições dos prédios "anexos" às escolas patrimoniais; a falta de qualidade do sistema Telensino; a precarização das relações de trabalho; além da ausência de ações para inclusão de portadores de necessidades especiais no sistema regular. A missão à cidade de Fortaleza foi solicitada por organizações da sociedade civil daquela cidade que fizeram várias denúncias sobre a violação ao direito à educação, enfocando tanto a falta de acesso para segmentos específicos da população, quanto a péssima qualidade provocada, sobretudo, pela universalização da educação à distância no segundo segmento do ensino fundamental (5a à 8a série).

Além da Educação, serão apresentados em Brasília relatórios sobre as áreas da  saúde, trabalho, alimentação, meio ambiente e moradia. A iniciativa de monitoramento dos direitos econômicos, sociais e culturais integra o projeto Relatores Nacionais em DhESC, iniciado no ano passado pela Plataforma DhESC Brasil, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Voluntariado e a Secretaria Especial de Direitos Humanos.  Em Genebra, a experiência brasileira de relatorias nacionais, única no mundo, foi  recebida com entusiasmo pelos relatores especiais da ONU, que reafirmaram a perspectiva de trabalho conjunto e a importância do monitoramento social para a efetivação dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.

A íntegra do Relatório sobre a Educação no Brasil está nas páginas eletrônicas www.dhescbrasil.org.br  ou www.acaoeducativa.org


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