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16/01/2004 Undime

Reescrevendo o Futuro alfabetizou 25 mil no Amazonas

O governo do Amazonas está combatendo os altos índices de analfabetismo no interior do estado com o projeto Reescrevendo o Futuro. Desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e com o apoio das prefeituras, o programa alfabetizou cerca de 25 mil jovens e adultos em 2003. Essa população foi distribuída por cerca de 900 salas de aula na zona urbana e, principalmente, nas áreas rurais, onde se concentra a maior parcela de analfabetos. A meta para este ano é ensinar mais 25 mil pessoas a ler e escrever.

O Reescrevendo o Futuro envolve 835 professores da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que estão sendo graduados em nível superior pelo Programa de Formação (Proformar) da UEA. Em fevereiro do ano passado, eles participaram do curso de capacitação para a alfabetização de jovens e adultos.

O envolvimento no projeto dos educadores da rede estadual permitiu ao governo do Amazonas formar classes de alfabetização em Itamarati, município localizado a 2.112 quilômetros de Manaus, onde 59% dos 8.406 habitantes são analfabetos. Os professores saíram às ruas em cidades do interior para viabilizar o programa. Em Anori, por exemplo, eles realizaram manifestação junto à comunidade pelo combate ao analfabetismo.

Outros 50 municípios mobilizaram a sociedade durante o cadastramento dos alfabetizandos. As cidades do interior representam 26,8% do analfabetismo no Amazonas, enquanto a capital, Manaus, responde por apenas 6,1%. Essa situação é agravada pelas dificuldades de deslocamento na região e pela pobreza. Em alguns municípios, só é possível chegar de barco.

O governo do Amazonas trabalha para zerar o analfabetismo nos municípios de Itamarati, Pauini, Envira, Ipixuna e Guajará em dois anos. Segundo dados do IBGE, essas são as cidades que registram as maiores taxas de analfabetismo no estado.

Questão ambiental – O Reescrevendo o Futuro considera as características regionais em sua atuação. “O professor consultor e os professores assistentes foram treinados durante o curso para trabalhar com uma pedagogia diferenciada que privilegia a realidade local”, afirma a coordenadora de projetos da pró-reitoria de extensão da UEA, Nazaré Corrêa, autora da proposta adotada pelo estado. As aulas de alfabetização têm como tema a questão ambiental, considerada fundamental para o desenvolvimento sustentável da Amazônia nos próximos anos.

As aulas de alfabetização ocorrem somente aos sábados. Os alunos contam com almoço, garantido pela Seduc, e com transporte, oferecido pelas administrações municipais. O objetivo de Nazaré Corrêa foi evitar o alto índice de evasão verificado em projetos do gênero desenvolvidos anteriormente. Com 200 horas/aula, o curso vai de abril a novembro. Inscrições para as turmas de 2004 podem ser feitas nas secretarias municipais e nos centros da UEA nos municípios amazonenses. A solenidade de formatura dos 711 alunos da capital amazonense está marcada para o próximo dia 27, no auditório da UEA, em Manaus.


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