18/10/2004 Undime
Dona Eva, tia Eva, prô Eva. Cada um dos 36 alunos da Escola Municipal Marcelino Bortolin, de Passo Fundo, no norte do Estado, tem o seu jeito peculiar de chamar a professora Eva Doralina Borges. Para ela, todos são chamados de "filhos".
Aos 54 anos - 37 deles dedicados ao magistério -, ela tornou-se bem mais do que uma alfabetizadora. Graças à sua dedicação, os alunos - a maioria de famílias pobres - recebem ensinamentos, alimentação e carinhos que muitas vezes não encontram em casa. A própria professora ajuda a fazer e servir o almoço para os estudantes, que fazem a refeição nas próprias classes. Durante quase 10 anos, ela tirou dinheiro do bolso para bancar os alimentos servidos às crianças. No ano passado, conseguiu apoio da prefeitura de Passo Fundo. Porém, em muitas ocasiões, ainda utiliza parte do salário para realizar passeios e festas de aniversário das crianças.
Aulas são simultâneas para cinco séries - "Elas são carentes e precisam da minha ajuda. Não me importo de fazer isso, pois sinto que estou fazendo a diferença na vida desses meninos e meninas, que mais tarde se tornarão adultos dignos e vencedores" diz Eva.
Até o formato do prédio de tijolos à vista onde a educadora - que é casada e tem quatro filhos - dá aulas da pré-escola à 4ª série do Ensino Fundamental lembra uma casa. No local, às margens da RS-324, existem apenas uma sala de aula, um banheiro, uma cozinha e um depósito. As aulas para as cinco séries ocorrem simultaneamente e no mesmo espaço, decorado com plantas e fotos dos alunos e seus familiares. "Eu passo uma atividade pra uma turma. Aí vou cuidar da outra, e assim vai. Pelos meus cálculos, já alfabetizei mais de mil alunos e me orgulho muito por isso. Minha maior felicidade é quando eles aprendem a escrever e começam a mandar os primeiros bilhetinhos" revela Eva.
Há um ano, a professora ganhou uma fiel escudeira: a cozinheira Sônia Proença, 45 anos, que deixou o trabalho em um restaurante e agora ajuda a dar conta do dia-a-dia da escola. "Essa mulher é um anjo. Seria preciso um livro pra mostrar as histórias de todas as pessoas que ela já ajudou. Me sinto feliz só de poder fazer parte dessa história" garante Sônia.
Dona Eva, tia Eva, prô Eva. Cada um dos 36 alunos da Escola Municipal Marcelino Bortolin, de Passo Fundo, no norte do Estado, tem o seu jeito peculiar de chamar a professora Eva Doralina Borges. Para ela, todos são chamados de "filhos".Aos 54 anos - 37 deles dedicados ao magistério -, ela tornou-se bem mais do que uma alfabetizadora. Graças à sua dedicação, os alunos - a maioria de famílias pobres - recebem ensinamentos, alimentação e carinhos que muitas vezes não encontram em casa. A própria professora ajuda a fazer e servir o almoço para os estudantes, que fazem a refeição nas próprias classes. Durante quase 10 anos, ela tirou dinheiro do bolso para bancar os alimentos servidos às crianças. No ano passado, conseguiu apoio da prefeitura de Passo Fundo. Porém, em muitas ocasiões, ainda utiliza parte do salário para realizar passeios e festas de aniversário das crianças. Aulas são simultâneas para cinco séries - "Elas são carentes e precisam da minha ajuda. Não me importo de fazer isso, pois sinto que estou fazendo a diferença na vida desses meninos e meninas, que mais tarde se tornarão adultos dignos e vencedores" diz Eva.Até o formato do prédio de tijolos à vista onde a educadora - que é casada e tem quatro filhos - dá aulas da pré-escola à 4ª série do Ensino Fundamental lembra uma casa. No local, às margens da RS-324, existem apenas uma sala de aula, um banheiro, uma cozinha e um depósito. As aulas para as cinco séries ocorrem simultaneamente e no mesmo espaço, decorado com plantas e fotos dos alunos e seus familiares. "Eu passo uma atividade pra uma turma. Aí vou cuidar da outra, e assim vai. Pelos meus cálculos, já alfabetizei mais de mil alunos e me orgulho muito por isso. Minha maior felicidade é quando eles aprendem a escrever e começam a mandar os primeiros bilhetinhos" revela Eva.Há um ano, a professora ganhou uma fiel escudeira: a cozinheira Sônia Proença, 45 anos, que deixou o trabalho em um restaurante e agora ajuda a dar conta do dia-a-dia da escola. "Essa mulher é um anjo. Seria preciso um livro pra mostrar as histórias de todas as pessoas que ela já ajudou. Me sinto feliz só de poder fazer parte dessa história" garante Sônia.