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27/02/2003 Undime

MEC estuda ampliar ensino médio para 4 anos


Começa a ser discutida no Ministério da Educação (MEC) uma proposta de ampliação do ensino médio de três para quatro anos. A idéia é defendida pelo secretário de Educação Média e Tecnológica, Antonio Ibañez Ruiz, como uma alternativa para preparar melhor os estudantes. "Com mais um ano, o aluno teria uma melhor formação e mais condições de chegar ao mercado de trabalho ou à universidade", defende Ibañez. "Esses três anos não preparam para nada."

O novo modelo está ainda em fase de gestação dentro do ministério. Segundo o secretário, o ministro Cristovam Buarque considera a idéia uma saída interessante. Ibañez quer reunir nas próximas semanas representantes de setores ligado à educação para discutir o assunto.

Pelo projeto, as matérias do quarto ano seriam desenvolvidas e função da opção do aluno. "Para os que quisessem entrar logo numa universidade, haveria um aprofundamento nas disciplinas específicas que o ajudassem no curso", diz Ibañez. Para os alunos interessados em ingressar em cursos de Educação Profissional, o quarto ano teria uma grade curricular mais específica para essa formação. "Para quem vai para o mercado de trabalho logo de cara, sem ter uma especialização, o quarto ano O prepararia melhor para ser um comerciante ou uma secretária." Da forma como o projeto está sendo pensado, cursar ou não o quarto ano seria uma opção do aluno.

As escolas, porém, teriam de oferecer a complementação a todos que quisessem cursá-la. "Acho que nas públicas essa oferta teria de ser obrigatória, mas nas particulares talvez não fosse necessário", diz o secretário. Ele acredita que, devido ao bom nível de ensino oferecido pelas escolas particulares de um modo geral seus alunos não sentiriam a necessidade de uma série a mais. Segundo o MEC, há 8,7 milhões de alunos no ensino médio regular, dos quais apenas 1,1 milhão em escolas particulares.

Orçamento

Ibañez defende que, ao lado da ampliação do ensino médio, haja também uma ampliação na fatia do Orçamento da União destinado à educação e um aumento do número de professores - cujo número já é deficitário.

A proposta, embora em construção, já provoca reações adversas. "O que é preciso é melhorar a qualidade do ensino nos três anos, e não estender a má qualidade para quatro anos", diz a professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica, Neide de Aquino Noffs.

Opinião semelhante tem a responsável pela Coordenadoria de Ensino e Normas Pedagógicas da Secretaria de Estado de Educação, Sonia Maria Silva. "A Lei de Diretrizes e Bases definiu que três anos são suficientes para que o aluno adquira competências e habilidades para poder escolher entre mercado de trabalho e universidade." A idéia de Ibañez pode, porém, ganhar o apoio entre os estudadentes.

Para o vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Henrique Matthiesen, a proposta é "louvável" e pode começar a ser discutida na entidade.


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