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22/12/2004 Undime

Itarema/ CE erradica analfabetismo

O município de Itarema/ CE, a 276 quilômetros de Fortaleza, é o primeiro do Ceará a conseguir erradicar o analfabetismo de seus moradores maiores de 15 anos. Por meio do projeto Alfabetização é Cidadania, 3.478 pessoas que não sabiam ler nem escrever, estão agora incluídas no mundo do conhecimento, sabendo pelo menos escrever o próprio nome ou até uma carta. A vitória conquistada por todos os alfabetizados foi comemorada com festa na área central da cidade na manhã de ontem, 20, ocasião na qual Francisco das Chagas da Silva, 56, agradeceu a oportunidade lendo carta de próprio punho, e José Ferreira Franco, 49, outro aluno, apresentou um cordel de sua autoria.

A solenidade contou com a presença do governador Lúcio Alcântara e da secretária da Educação do Estado, Sofia Lerche. Para lembrar o acontecimento, a Prefeitura de Itarema/ CE inaugurou o farol do saber, um marco de quinze metros de altura, erguido com o objetivo de destacar a prioridade do município nesse âmbito. O "Alfabetização é Cidadania" é um projeto do Governo do Estado, integrado ao Programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal.

A iniciativa foi implantada no Ceará em 25 de março de 2003. Em Itarema, conforme explica Silvana Goés, secretária da Educação do Município, a ação teve duas etapas, com a primeira sendo iniciada a 11 de agosto de 2003, e concluída a 30 de abril de 2004. Já a segunda começou a 5 de abril último e foi finalizada este mês. Ambas as fases, com oito meses de duração, tiveram como público alvo pessoas na faixa dos 15 a 93 anos, identificadas como analfabetas pelo Censo 2000.

De acordo com a secretária, na fase inicial do projeto foram 1.558 os alunos inscritos, e destes, 139 desistiram. Na segunda, outros 1.920 alunos começaram a freqüentar as aulas, mas 230 pararam no caminho. Para esse público de 369 pessoas que se afastou das salas de aula implantadas em escolas, casas de farinha e outros espaços utilizado no projeto, alegando as mais diversas razões, a Secretaria Municipal de Educação criou o agente educacional.

Assim como atuam os agentes de saúde, os 74 agentes educacionais de Itarema percorreram as comunidades buscando os desistentes e convencendo-os da importância de se alfabetizarem. Assim foram formadas pequenas turmas com até quatro alunos e em alguns casos, até ministradas aulas individualizadas nas residências a fim de abranger a todos. Silvana explica que durante todo o tempo do projeto as aulas foram ministradas semanalmente de segunda a quinta-feira, de acordo com os horários negociados entre alunos e professores para funcionamento das turmas.

Por dia, cada turma tinha três horas de aula. No caso de alunos que pediram para ter aulas individuais, o tempo para o aprendizado era de uma hora por dia. A secretária destaca que entre os alfabetizados estão algumas pessoas com necessidade especiais. Cita Terezinha do Nascimento, 24, moradora de uma comunidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que é portadora de paralisia cerebral.


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