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05/01/2007 Undime

Educação básica

A lentidão do Congresso Nacional, em instrumentalizar o governo com os diplomas legais imprescindíveis à administração pública, levou o presidente da República a editar medida provisória regulamentando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o novo modelo de financiamento da educação.

Esta medida provisória atende, de fato, aos pré-requisitos de urgência e relevância para sua edição. Se a regulamentação ficasse condicionada ao processo legislativo regular, haveria prejuízos incalculáveis para a educação básica, por conta da extinção do Fundef, pelo esgotamento de sua vigência em 2006. Além disso, não se empregaria o reforço incluído no orçamento da União, de R$ 2 bilhões, para complementar os recursos de Estados e Municípios.

Jamais a educação básica foi contemplada com tantos recursos obrigatórios por lei: R$ 55,8 bilhões em 2010. A clientela à qual se destina esse volume financeiro compreende 860 mil alunos de creches, 4,1 milhões da pré-escola, 34,1 milhões do ensino fundamental e 9 milhões do ensino médio. O sucesso dependerá essencialmente de gestão e de controle dos gastos para evitar desvios de finalidade.

Quando o foi criado há dez anos, um dos objetivos do Fundef era a valorização do magistério. Essa meta, entretanto, ficou em segundo plano, inviabilizando a melhoria da qualidade dos métodos de aprendizagem. Contudo, onde houve aplicação criteriosa dos recursos públicos, as escolas surpreenderam.

O Ministério da Educação aplica, periodicamente, bateria de testes para avaliar os aspectos quantitativos e qualitativos das escolas públicas. Na última grande avaliação - a Prova Brasil em leitura e matemática -, realizada em 2005, concorreram 40.290 escolas congregando 3,3 milhões de alunos de escolas públicas urbanas. O Unicef comprovou, mediante estudo crítico dos resultados apontados, ser possível a obtenção de um padrão de aprendizagem de qualidade. Do universo pesquisado, em 33 escolas situadas em áreas onde predominam condições socioeconômicas desfavoráveis, os estudantes de 4ª e 8ª séries obtiveram resultados acima da média da Prova Brasil.

O estudo se deteve, de preferência, na superação das barreiras registradas no ambiente extraclasse. No processo ensino-aprendizagem, há inúmeros fatores determinantes de seu fraco aproveitamento, como a baixa renda familiar, a pouca escolaridade dos pais, o ambiente de pobreza em que as famílias estão inseridas e a ausência de investimentos públicos.

As conclusões da avaliação apontam uma realidade: onde as relações humanas valorizam o professor e os alunos, a aprendizagem alcança níveis elevados. O Fundeb foi concebido com esse objetivo, ao prever a valorização dos profissionais da educação, mediante complementação salarial e a infra-estrutura adequada à aprendizagem. Chega o tempo de sanar as precariedades na escola básica.


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