Você está aqui: Página Inicial > Notícia > Detentos rumo à universidade em Manaus

Todas as notícias Categorias

28/03/2003 Undime

Detentos rumo à universidade em Manaus

A partir de sábado, 100 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim em Manaus irão iniciar uma caminhada rumo a um futuro de esperança, por meio de um projeto a ser executado por professores do Ômega Pré-Vestibulares visando a preparação dos presos para a “guerra” do vestibular. Será uma espécie de projeto-piloto que poderá ser estendido a outras unidades penais do Estado.

“Os presos precisam de ocupação, pois são excluídos da sociedade. Uma atividade assim não os deixa na ociosidade e eles ficarão ansiosos por essa oportunidade de estudar”, afirmou o diretor do Ômega, professor Márcio de Freitas Santa Ana.

O projeto foi viabilizado graças ao apoio da Igreja Assembléia de Deus, que há 12 anos realiza com detentos o projeto “Liberdade Atrás das Grades”, voltado para a espiritualidade. Surgiu então uma espécie de união de forças em torno de um objetivo comum. “Pretendemos não só levar a Palavra de Deus, mas também queremos que os presos se reciclem para sair da cadeia com idéias novas e não voltem ao crime”, aponta o professor José Wilker, diretor de Marketing do Ômega.

Para realizar o trabalho, os professores obtiveram autorização da Secretaria de Justiça. O projeto também conta com a ajuda de alguns empresários. “Eles nos auxiliam com material didático, lápis e outros”, diz Márcio. Por mês, estão previstas 500 apostilas. Cada preso vai receber uma camisa que servirá como farda do projeto, dada pelo Ômega. Mas o trabalho ainda precisa de mais apoio. “Nós estamos fazendo nossa parte como cidadãos. Pedimos a empresários que também nos ajudem. Queremos a participação de todos nesse projeto”, afirma o diretor.


Supletivos


Para breve, o Ômega pretende realizar outro projeto voltado para detentos que não têm ensino fundamental ou médio completo, mas faltam parcerias para colocar a idéia em prática. “Pretendemos que os presos que não tenham ensino médio completo estejam preparados também para o pré-vestibular”, frisa Márcio. Além das aulas, os detentos também terão cursos de qualificação e palestras sobre direitos humanos.

Márcio Santa Ana afirma que sua intenção não é se promover. “Se não tornarmos isso público, não há como trabalhar e agregar outros irmãos para isso. Esperamos a participação de qualquer pessoa, não importa a religião”, esclarece o diretor.


Parceria institucional