07/10/2010 Undime
Entidades e movimentos sociais reuniram-se hoje, no Conselho Nacional de Educação – CNE, para procurar soluções e pensar em como trabalhar, de forma articulada, uma questão que tem ganhando grande repercussão na mídia e preocupado educadores, pais e alunos: o bullying no ambiente escolar.
Grupos sociais | Alunos | Corpo técnico | Funcionários | Pais e mães |
| | | | |
Negro | 1 | 2 | 1 | 1 |
Pobre | 1 | 2 | 1 | 1 |
Homossexual | 3 | 1 | 1 | 3 |
Idoso | 4 | 2 | 5 | 3 |
Mulher | 4 | 5 | 4 | 5 |
Morador de Periferia / Favela | 6 | 6 | 5 | 5 |
Deficiente Físico | 7 | 7 | 7 | 7 |
Morador de Área Rural | 7 | 9 | 7 | 7 |
Deficiente Mental | 9 | 7 | 7 | 7 |
Índio | 10 | 9 | 10 | 10 |
Cigano | 10 | 11 | 10 | 10 |
Entidades e movimentos sociais reuniram-se hoje, no Conselho Nacional de Educação – CNE, para procurar soluções e pensar em como trabalhar, de forma articulada, uma questão que tem ganhando grande repercussão na mídia e preocupado educadores, pais e alunos: o bullying no ambiente escolar. Segundo Daniel Issler, do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, a sociedade tem acordado para a questão. “As pessoas tem adquirido consciência e abominado a prática do bullying, que antes era considerado como um comportamento aceitável”, afirmou. O CNJ promove ações relacionadas à questão, como a distribuição de cartilhas informativas e a realização da “Semana do Juíz na Escola”, que pretende aproximar a relação entre a escola e as instâncias da justiça e discutir temas convergentes. Pesquisadora pioneira no Brasil sobre o tema e especialista da Organização Não-Governamental Plan Brasil, Cleo Fante apresentou a pesquisa “Bullying no Ambiente Escolar”, realizada pela ONG em 2009. O levantamento envolveu cinco mil estudantes de todas as regiões do país e revelou dados preocupantes: 70% dos estudantes entrevistados responderam ter visto, pelo menos uma vez, um colega ser maltratado no ambiente escolar no ano pesquisado. Quase 9% afirmaram ter visto colegas serem maltratados várias vezes por semana (o que se caracteriza como bullying) e outros 10% disseram ver esse tipo de cena todos os dias. O assunto é polêmico. Afinal, como definir a diferença entre uma simples brincadeira e o que pode ser considerado bullying? Para Cleo Fante, existe uma linha tênue entre um e outro, mas, para esclarecer o assunto, a especialista enumerou algumas ações e comportamentos que geralmente são confundidos com bullying. São eles: brincadeiras, conflitos, indisciplina, expressões anti-autoridade e incivilidade/microviolência. O brincar, por exemplo, é algo espontâneo da criança. O que existe são as brincadeiras engraçadas e as brincadeiras inconseqüentes, maldosas. Outro exemplo é o caso da confusão entre o que é bullying e o que é conflito: os conflitos são naturais e inerentes a qualquer pessoa, já o bullying se caracteriza pela violência gratuita (isto é, a vítima não oferece nenhum motivo, não provoca o outro), a repetência, as conseqüências (físicas ou psicológicas) e o grau de tolerância do receptor. Outra característica do bullying é que ele é praticado entre pares (de um estudante para outro estudante, por exemplo) e infanto-juvenil. "Quando com adultos, caracteriza-se assédio moral", afirmou. As formas de manifestação do bullying podem ser: verbal, física, moral, psicológica, social, material, sexual ou virtual. A pesquisa também revelou que a maior incidência de bullying no ambiente escolar está na sala de aula, o que aponta a necessidade de uma maior capacitação do professor com relação ao tema. Relação entre bullying e preconceito na escola O Ministério da Educação realizou, em 2009, a “Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” (veja quadro abaixo). Um dos pontos da pesquisa é a relação entre o preconceito e o bullying no ambiente escolar. Segundo Rosilea Maria Roderwille, Coordenadora-Geral de Direitos Humanos do Ministério da Educação, o preconceito é o grande fomentador da prática de bullying. “O preconceito contra aqueles que se diferenciam do ‘padrão’ é um grande fomentador da violência”, afirmou. Por meio da Secretaria de Educação Continuada, Educação e Diversidade/ Secad, o Ministério da Educação têm implementado ações de conscientização e de valorização da diversidade nas escolas. Um exemplo é o projeto Escola que Protege, voltado para a promoção e a defesa dos direitos das crianças e adolescentes, além do enfrentamento e a prevenção das violências. Ranking dos Grupos Sociais de Acordo com o Nível de Conhecimento de bullying por Ator Escolar (do maior para o menor preconceito) Grupos sociais Alunos Corpo técnico Funcionários Pais e mães Negro 1 2 1 1 Pobre 1 2 1 1 Homossexual 3 1 1 3 Idoso 4 2 5 3 Mulher 4 5 4 5 Morador de Periferia / Favela 6 6 5 5 Deficiente Físico 7 7 7 7 Morador de Área Rural 7 9 7 7 Deficiente Mental 9 7 7 7 Índio 10 9 10 10 Cigano 10 11 10 10 Publicações: A Plan Brasil possui várias publicações sobre o tema, como cartilhas para pais e estudantes e um manual para professores e gestores, que trata sobre como proceder na prevenção e intervenção ao bullying. Os materiais estão disponíveis no portal www.plan.org.br, em “publicações” e também podem ser adquiridos gratuitamente, por meio de parceria. Assim, a prefeitura que desejar pode entrar em contato com a ONG, inserir sua logo no material e distribuí-lo para sua rede de ensino.