04/02/2003 Undime
A derrocada da qualidade da educação brasileira nos últimos dez anos ganhou um vilão: o sistema de ciclos, organização escolar onde os alunos vão progredindo continuamente. Mas os resultados das últimas avaliações nacionais, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), mostraram que não há diferença de qualidade entre as escolas que aboliram a repetência e as demais. Enquanto a sociedade discute se a melhor escola é aquela que ao final do ano ameaça, ou não, seus alunos com uma bomba, as crianças continuam sem conseguir aprender. São excluídas do direito à educação estando vinculadas a um sistema de ensino. Por isso, a tendência é que na volta às aulas, que começa hoje em todo o Estado, pais, professores e gestores públicos mudem o foco da discussão para o que realmente interessa: a garantia da aprendizagem.
É fácil identificar onde o sistema de progressão continuada falha. São as crianças e adolescentes que chegam ao início do III ciclo, o equivalente à antiga 6ª série, completamente analfabetos. Mas o fracasso do sistema de retenção é mais velado, o que leva a sociedade a acreditar que foi a reorganização da escola em sistema de ciclos que criou as crianças que não aprendem a ler. A verdade, é que esse problema sempre existiu. A escola em séries produziu os 15 milhões de analfabetos que, hoje, incomodam o País. A maioria teve acesso à escola, mas depois da terceira reprovação consecutiva na 1ª série primária, acabou abandonando as salas de aula.
A percepção de que, se o sistema de ciclos não resolveu o problema da baixa aprendizagem, também não foi o responsável pela queda na qualidade da educação, se concretizou com a divulgação, em novembro passado, dos resultados do Saeb, realizado pelo Ministério da Educação (MEC). O desempenho dos alunos dos dois sistemas seriado e por ciclos foi o mesmo, com 30% das crianças chegando aos 10 anos, depois de quatro anos na escola, praticamente analfabetas.
Agora, a estratégia dos sistemas gestores do ensino público é fortalecer a autonomia das escolas, para que elas possam desenvolver projetos pedagógicos mais adequados à sua própria clientela. A Secretaria de Estado da Educação, responsável por 4 mil escolas, e a Secretaria Municipal da Educação de Belo Horizonte garantiram que, a partir desse ano, as escolas terão mais recursos em caixa. A escolha para sua aplicação tem que ser da escola porque o comprometimento das pessoas aumenta quando elas acreditam em uma proposta. Estou interessada em resultados. Quero que as crianças aprendam bem e que o corpo docente faça seu trabalho com competência. Isso não quer dizer que tudo está valendo. As decisões devem ser tomadas com base em discussões responsáveis e é o papel da secretaria manter os professores capacitados para dar conta de fazer essas escolhas , afirma a secretária de Estado da Educação, Vanessa Guimarães.
A derrocada da qualidade da educação brasileira nos últimos dez anos ganhou um vilão: o sistema de ciclos, organização escolar onde os alunos vão progredindo continuamente. Mas os resultados das últimas avaliações nacionais, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), mostraram que não há diferença de qualidade entre as escolas que aboliram a repetência e as demais. Enquanto a sociedade discute se a melhor escola é aquela que ao final do ano ameaça, ou não, seus alunos com uma bomba, as crianças continuam sem conseguir aprender. São excluídas do direito à educação estando vinculadas a um sistema de ensino. Por isso, a tendência é que na volta às aulas, que começa hoje em todo o Estado, pais, professores e gestores públicos mudem o foco da discussão para o que realmente interessa: a garantia da aprendizagem. É fácil identificar onde o sistema de progressão continuada falha. São as crianças e adolescentes que chegam ao início do III ciclo, o equivalente à antiga 6ª série, completamente analfabetos. Mas o fracasso do sistema de retenção é mais velado, o que leva a sociedade a acreditar que foi a reorganização da escola em sistema de ciclos que criou as crianças que não aprendem a ler. A verdade, é que esse problema sempre existiu. A escola em séries produziu os 15 milhões de analfabetos que, hoje, incomodam o País. A maioria teve acesso à escola, mas depois da terceira reprovação consecutiva na 1ª série primária, acabou abandonando as salas de aula. A percepção de que, se o sistema de ciclos não resolveu o problema da baixa aprendizagem, também não foi o responsável pela queda na qualidade da educação, se concretizou com a divulgação, em novembro passado, dos resultados do Saeb, realizado pelo Ministério da Educação (MEC). O desempenho dos alunos dos dois sistemas seriado e por ciclos foi o mesmo, com 30% das crianças chegando aos 10 anos, depois de quatro anos na escola, praticamente analfabetas. Agora, a estratégia dos sistemas gestores do ensino público é fortalecer a autonomia das escolas, para que elas possam desenvolver projetos pedagógicos mais adequados à sua própria clientela. A Secretaria de Estado da Educação, responsável por 4 mil escolas, e a Secretaria Municipal da Educação de Belo Horizonte garantiram que, a partir desse ano, as escolas terão mais recursos em caixa. A escolha para sua aplicação tem que ser da escola porque o comprometimento das pessoas aumenta quando elas acreditam em uma proposta. Estou interessada em resultados. Quero que as crianças aprendam bem e que o corpo docente faça seu trabalho com competência. Isso não quer dizer que tudo está valendo. As decisões devem ser tomadas com base em discussões responsáveis e é o papel da secretaria manter os professores capacitados para dar conta de fazer essas escolhas , afirma a secretária de Estado da Educação, Vanessa Guimarães.