23/05/2006 Undime
Os conceitos e os dilemas dos processos de alfabetização e letramento serão o foco de uma discussão que vai reunir a consultora em desenvolvimento humano, Elvira Souza Lima, e a pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, Telma Ferraz Leal, em Brasília. As especialistas participam da Conferência Magna sobre Alfabetização e letramento, que acontece durante o 2° Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municipais de Educação, amanhã (24/5), às 8h30, na Academia de Tenis Resort. Moacir Fecury Ferreira da Silva, dirigente municipal de Rio Branco (AC) e presidente da Undime /AC, mediará o debate.
Ensinar a ler e a escrever é um dos principais desafios da escola. Para realizar bem essa difícil tarefa, os profissionais de educação precisam estar permanentemente atentos para garantir que suas práticas em sala de aula respondam às necessidades e características do desenvolvimento dos alunos. “Na situação atual da alfabetização no Brasil, não basta somente entender como a criança aprende, precisamos explicar o que acontece quando a criança não aprende”, alerta Elvira.
A consultora lembra que a leitura e escrita não se desenvolvem naturalmente, como a fala, e envolvem funções diferentes do cérebro. “As dificuldades de aprendizado se devem muitas vezes ao fato, de que várias aprendizagens sobre o código escrito ficam fragmentadas, não constituindo redes neuronais na memória. Ou seja, a criança não faz relações entre diferentes conhecimentos que têm sobre a escrita e a leitura, e por isso, não se alfabetizam”, explica.
Além dos conhecer bem os processos internos da aprendizagem, é preciso estar atento aos fatores econômicos e sociais, que também interferem na alfabetização. Telma Ferraz chama atenção para o problema. “O fracasso escolar está relacionado não apenas aos aspectos didáticos, mas também às condições de vida dos alunos. Os índices mais baixos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), por exemplo, estão localizados nas regiões mais pobres”. Segundo a pesquisadora, isso acontece porque crianças, jovens e adultos que têm pouco acesso aos bens culturais, obviamente têm condições mais precárias de escolarização.
Contudo, as duas especialistas acreditam na possibilidade de alfabetizar bem e introduzir os estudantes no mundo da leitura, mesmo diante das atuais condições de vida e trabalho dos professores. “Os educadores têm potencial para realizar o ensino da leitura e da escrita da forma mais eficaz. Para isso precisam de formação para conhecer melhor o processo de desenvolvimento da criança”, defende Elvira.
“É possível fazer um bom trabalho, mesmo nas condições que temos. Relatos de professores, em diferentes estados do Brasil, mostram que existem muitas saídas em curto prazo que precisam ser socializadas”, acrescenta Telma.
Mesa-redonda
Logo após a conferência, às 10h30, também será realizada uma mesa-redonda para aprofundar as discussões a partir da exposição de experiências práticas no campo da alfabetização e letramento. Participam do debate Francisca Neide M. Costa Santos, dirigente municipal de Ipanguaçu (RN) e Flávio de Araújo Barbosa, dirigente municipal de São Gonçalo do Amarante (CE). Eles irão apresentar os resultados da Agenda Potiguar pela Alfabetização de Criança e do programa Alfabetização na Idade Certa. Também estará presente a assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Mateus (ES), Sandra Maria Ferreira Pignaton, que vai falar sobre o trabalho realizado em seu município. Rui Aguiar, oficial de projetos do Unicef, mediará as discussões
Os conceitos e os dilemas dos processos de alfabetização e letramento serão o foco de uma discussão que vai reunir a consultora em desenvolvimento humano, Elvira Souza Lima, e a pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, Telma Ferraz Leal, em Brasília. As especialistas participam da Conferência Magna sobre Alfabetização e letramento, que acontece durante o 2° Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municipais de Educação, amanhã (24/5), às 8h30, na Academia de Tenis Resort. Moacir Fecury Ferreira da Silva, dirigente municipal de Rio Branco (AC) e presidente da Undime /AC, mediará o debate.Ensinar a ler e a escrever é um dos principais desafios da escola. Para realizar bem essa difícil tarefa, os profissionais de educação precisam estar permanentemente atentos para garantir que suas práticas em sala de aula respondam às necessidades e características do desenvolvimento dos alunos. “Na situação atual da alfabetização no Brasil, não basta somente entender como a criança aprende, precisamos explicar o que acontece quando a criança não aprende”, alerta Elvira.A consultora lembra que a leitura e escrita não se desenvolvem naturalmente, como a fala, e envolvem funções diferentes do cérebro. “As dificuldades de aprendizado se devem muitas vezes ao fato, de que várias aprendizagens sobre o código escrito ficam fragmentadas, não constituindo redes neuronais na memória. Ou seja, a criança não faz relações entre diferentes conhecimentos que têm sobre a escrita e a leitura, e por isso, não se alfabetizam”, explica.Além dos conhecer bem os processos internos da aprendizagem, é preciso estar atento aos fatores econômicos e sociais, que também interferem na alfabetização. Telma Ferraz chama atenção para o problema. “O fracasso escolar está relacionado não apenas aos aspectos didáticos, mas também às condições de vida dos alunos. Os índices mais baixos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), por exemplo, estão localizados nas regiões mais pobres”. Segundo a pesquisadora, isso acontece porque crianças, jovens e adultos que têm pouco acesso aos bens culturais, obviamente têm condições mais precárias de escolarização. Contudo, as duas especialistas acreditam na possibilidade de alfabetizar bem e introduzir os estudantes no mundo da leitura, mesmo diante das atuais condições de vida e trabalho dos professores. “Os educadores têm potencial para realizar o ensino da leitura e da escrita da forma mais eficaz. Para isso precisam de formação para conhecer melhor o processo de desenvolvimento da criança”, defende Elvira. “É possível fazer um bom trabalho, mesmo nas condições que temos. Relatos de professores, em diferentes estados do Brasil, mostram que existem muitas saídas em curto prazo que precisam ser socializadas”, acrescenta Telma.Mesa-redonda Logo após a conferência, às 10h30, também será realizada uma mesa-redonda para aprofundar as discussões a partir da exposição de experiências práticas no campo da alfabetização e letramento. Participam do debate Francisca Neide M. Costa Santos, dirigente municipal de Ipanguaçu (RN) e Flávio de Araújo Barbosa, dirigente municipal de São Gonçalo do Amarante (CE). Eles irão apresentar os resultados da Agenda Potiguar pela Alfabetização de Criança e do programa Alfabetização na Idade Certa. Também estará presente a assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Mateus (ES), Sandra Maria Ferreira Pignaton, que vai falar sobre o trabalho realizado em seu município. Rui Aguiar, oficial de projetos do Unicef, mediará as discussões