26/10/2017 Undime
(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
O Brasil precisa investir mais na formação e valorização dos profissionais de educação, defenderam as senadoras Lúcia Vânia (PSB-GO) e Marta Suplicy (PMDB-SP) durante audiência pública nesta quarta-feira (25) sobre o tema “Acolher, cuidar e educar na primeira infância: por que precisamos de profissionais mais qualificados”.
O debate, que integra a programação da 10ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, foi promovido em conjunto pelas comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE), Assuntos Sociais (CAS) e Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
A presidente da CE, Lúcia Vânia, ressaltou que existem leis e normas para assegurar investimentos na formação de profissionais de educação como o Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), mas essa previsão legal não tem sido aplicada na prática:
— Investir no professor é um dos caminhos mais seguros para melhorar a educação. Infelizmente ainda é um plano. A contínua desvalorização dos profissionais de educação ajuda a explicar o desempenho negativo dos estudantes brasileiros em testes internacionais — argumentou.
A senadora citou como exemplo para o Brasil o caso de Cingapura, que a partir dos anos 1990 capitaneou um projeto de país focado na valorização de professores e hoje é apontada como a nação com melhor educação do mundo. Em 2016, o país ficou em primeiro lugar em todas as disciplinas avaliadas pelo Programa de Avaliação Internacional de Alunos (Pisa). O Brasil, por sua vez, obteve posições baixas em todas elas, com um desempenho inferior à avaliação de 2012, e abaixo da maioria dos países da América Latina.
Baixa Qualificação
A presidente da CAS, senadora Marta Suplicy observou que ainda é muito comum a presença de funcionários sem qualificação formal em atuação em creches. Ela relatou que em 2001, quando assumiu a Prefeitura de São Paulo, ficou bastante surpresa ao constatar que metade das profissionais que atuavam nas creches municipais não tinham concluído sequer o ensino fundamental.
— Foi um susto. Ao mesmo tempo, muitas estavam naquela profissão fazia 15 ou 20 anos e muitas eram totalmente adequadas no carinho e no aconchego, que muitas vezes é a qualidade mais importante. Providenciamos cursos na USP para que esses anos de experiência fossem complementados com um diploma — contou a senadora.
Ainda hoje é comum encontrar creches onde os profissionais têm experiência, mas carecem de conhecimento acadêmico segundo Jairo Werner Júnior, professor de psiquiatria da infância e adolescência da Universidade Federal Fluminense. Ele defendeu um modelo de ensino que reúna prática e teoria para que os profissionais possam auxiliar o desenvolvimento da criança de forma plena.
— Existe ainda muito essa ideia de que com criança basta apenas a prática. Existem também muitos cursos que ficam só na teoria — assinalou.
Os investimentos na educação durante a primeira infância refletem no desenvolvimento do país e resultam em melhores indicativos econômicos e sociais conforme apontou a francesa Alexandra Déprez, que é doutora em psicologia clínica e mestre em psicologia da criança e do adolescente. Segundo ela, a educação da criança é papel de toda a sociedade.
— Um país que não investe em educação não tem futuro — concluiu.
Fonte: Agência Senado
(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado) O Brasil precisa investir mais na formação e valorização dos profissionais de educação, defenderam as senadoras Lúcia Vânia (PSB-GO) e Marta Suplicy (PMDB-SP) durante audiência pública nesta quarta-feira (25) sobre o tema “Acolher, cuidar e educar na primeira infância: por que precisamos de profissionais mais qualificados”. O debate, que integra a programação da 10ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, foi promovido em conjunto pelas comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE), Assuntos Sociais (CAS) e Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). A presidente da CE, Lúcia Vânia, ressaltou que existem leis e normas para assegurar investimentos na formação de profissionais de educação como o Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), mas essa previsão legal não tem sido aplicada na prática: — Investir no professor é um dos caminhos mais seguros para melhorar a educação. Infelizmente ainda é um plano. A contínua desvalorização dos profissionais de educação ajuda a explicar o desempenho negativo dos estudantes brasileiros em testes internacionais — argumentou. A senadora citou como exemplo para o Brasil o caso de Cingapura, que a partir dos anos 1990 capitaneou um projeto de país focado na valorização de professores e hoje é apontada como a nação com melhor educação do mundo. Em 2016, o país ficou em primeiro lugar em todas as disciplinas avaliadas pelo Programa de Avaliação Internacional de Alunos (Pisa). O Brasil, por sua vez, obteve posições baixas em todas elas, com um desempenho inferior à avaliação de 2012, e abaixo da maioria dos países da América Latina. Baixa Qualificação A presidente da CAS, senadora Marta Suplicy observou que ainda é muito comum a presença de funcionários sem qualificação formal em atuação em creches. Ela relatou que em 2001, quando assumiu a Prefeitura de São Paulo, ficou bastante surpresa ao constatar que metade das profissionais que atuavam nas creches municipais não tinham concluído sequer o ensino fundamental. — Foi um susto. Ao mesmo tempo, muitas estavam naquela profissão fazia 15 ou 20 anos e muitas eram totalmente adequadas no carinho e no aconchego, que muitas vezes é a qualidade mais importante. Providenciamos cursos na USP para que esses anos de experiência fossem complementados com um diploma — contou a senadora. Ainda hoje é comum encontrar creches onde os profissionais têm experiência, mas carecem de conhecimento acadêmico segundo Jairo Werner Júnior, professor de psiquiatria da infância e adolescência da Universidade Federal Fluminense. Ele defendeu um modelo de ensino que reúna prática e teoria para que os profissionais possam auxiliar o desenvolvimento da criança de forma plena. — Existe ainda muito essa ideia de que com criança basta apenas a prática. Existem também muitos cursos que ficam só na teoria — assinalou. Os investimentos na educação durante a primeira infância refletem no desenvolvimento do país e resultam em melhores indicativos econômicos e sociais conforme apontou a francesa Alexandra Déprez, que é doutora em psicologia clínica e mestre em psicologia da criança e do adolescente. Segundo ela, a educação da criança é papel de toda a sociedade. — Um país que não investe em educação não tem futuro — concluiu. Fonte: Agência Senado https://goo.gl/hnRLGu