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10/11/2015 Undime

Na ponta do lápis, professora ensina tecnologia e ciências em escola de Brasília

(Foto: ACS/MEC)

Em meio à popularização das novas tecnologias do escrever, o lápis sobrevive entre tablets, laptops e celulares. Nas salas de aulas das escolas brasileiras, é material obrigatório no estojo dos estudantes. No entanto, diante de tantas inovações no mundo da escrita, acaba por ter sua importância esquecida, bem como todos os saberes envolvidos no seu uso correto. A experiência em turmas de alfabetização levou a professora Delzanira Maria Monteiro Castelo Branco a “escrever” o projeto Na Ponta do Lápis. Ela leciona na Escola-Classe 61, de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, a 30 quilômetros do Plano Piloto de Brasília.

Além da forma correta de segurar o lápis, o que evita calos e dores na mão, o projeto, amplo, aborda questões de sustentabilidade ambiental, tecnologia, ciência e artes. “A falta de cuidado com o lápis, o desperdício na hora de apontar e a banalidade, tudo provoca uma inquietação”, explica a professora. Segundo ela, muitos professores não corrigem no momento adequado a empunhadura do lápis, o que compromete a coordenação motora fina. “O lápis é uma ferramenta concreta, permite o toque, o manuseio, uma ação palpável diretamente ligada aos movimentos da mão”, afirma. “Esse processo, até então, a tecnologia não consegue reproduzir.”

Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, os alunos da professora, todos na faixa dos sete anos de idade, “davam aulas” aos curiosos que visitavam o estande da escola. A pequena Emilly Sophia Souto Maior Silva precisou subir numa cadeira para alcançar o cartaz que mostrava o ciclo de fabricação do lápis, desde o corte do pínus em plantios de corte controlado. Para as crianças entenderem esse processo, a professora recorreu a vídeos que mostram a fabricação dos chamados ecolápis.

Segundo a professora, mesmo que os lápis sejam fabricados a partir de árvores plantadas para isso, as crianças aprendem sobre o consumo consciente e o compromisso com a sustentabilidade. Sentado atrás de uma pequena mesa, no fundo do estande, Jhonata Davi, também da turma do segundo ano, explicava sobre o uso responsável do lápis e a importância de evitar o desperdício. “Qual o maior inimigo do lápis: o homem ou o apontador?”, perguntava, no final da aula sobre consciência ambiental.

Coleta — Para conscientizar os alunos sobre o desperdício, as crianças receberam a missão de, em duas semanas, recolher lápis no chão e nas lixeiras da escola. Eles conseguiram juntar três caixas de lápis de 12 cores. Muitos ainda grandes e que deveriam estar nos estojos, não no lixo. A tarefa de coleta permanece, agora como hábito, em favor do meio ambiente. Os lápis são reutilizados por professores e alunos.

A partir da experiência bem-sucedida do projeto, a professora pensa em ampliá-lo. Ela explica que muitos pais não sabem e não são informados sobre a importância de comprar o lápis no formato adequado à etapa de desenvolvimento de coordenação motora fina em que a criança se encontra. A tecnologia, de acordo com Delzanira, incorporou-se no lápis para acompanhar essas etapas. Por isso, eles existem em formatos variados. “O ideal para crianças até cinco anos é o uso do lápis triangular grosso porque permite o encaixe correto dos dedos e facilita a flexibilidade e manuseio”, explica. Na sequência, vem o triangular fino, o hexagonal grosso, o hexagonal fino e o circular ou redondo, que é o último formato indicado.

“Quero continuar a pesquisa para saber, com mais segurança, a relação do uso de diferentes tipos e formatos de lápis no processo de desenvolvimento da escrita”, diz Delzanira. Ela é formada em pedagogia, com especialização em gestão educacional e empresarial, com docência para o ensino superior.

Autor: MEC

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