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11/09/2025 Undime

Educação de Jovens e Adultos em pauta: Undime participa de Seminário que marca o primeiro ano do Pacto EJA

Encontro reuniu gestores, especialistas e sociedade civil; apresentou estudo sobre impacto econômico da EJA e lançou materiais didáticos para o ensino médio

 

A Undime participou do Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos: 1º Ano do Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos (Pacto EJA). O encontro aconteceu de 9 a 11 de setembro, no Centro de Formação e Desenvolvimento dos Trabalhadores em Educação do Ministério da Educação (Cetremec), em Brasília.

A instituição foi representada pelo Dirigente Municipal de Educação (DME) de Natal/RN e membro do Conselho Nacional de Representantes (CNR), Aldo Fernandes, que também compôs a mesa de abertura; pela DME de Bonito/PE, Maria Elza Silva, e pela coordenadora institucional da Undime, Maria Edineide de Almeida Batista. Representantes da Undime na Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (Cnaeja) também participaram do evento.

 

O objetivo do seminário, realizado pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) foi avaliar o primeiro ano da implementação do Pacto EJA e identificar ações necessárias para o fortalecimento da modalidade.

Também estiveram presentes no Seminário, o presidente da Undime Região Nordeste e presidente da seccional RN, Petrúcio Ferreira, DME de Goianinha/RN; a presidente da Undime/RJ e DME de Nova Iguaçu/RJ, Virgínia Rocha; o presidente da Undime/MT, Sílvio Fidélis, DME de Nobres/MT; e Érica Benício de Melo, DME de Domingos Mourão/ PI e presidente da Undime/ PI. 

 

Na abertura, o DME de Natal/RN, professor Aldo Fernandes, destacou a importância de ações práticas e políticas contundentes para fortalecer a EJA no país.

 

Segundo ele, é fundamental criar estratégias que dialoguem com a realidade dos estudantes, muitos deles trabalhadores que conciliam jornadas intensas com a vida familiar. “Estamos saindo das salas de aula e indo para outros ambientes não escolares, despertando a atenção e o interesse de quem, muitas vezes, não consegue frequentar a escola. Essa é a busca ativa”, afirmou.

Fernandes ressaltou ainda a relevância de construir coletivamente, junto às representações de classe, caminhos que permitam aos alunos ocupar postos no mercado de trabalho. “Saio satisfeito porque sei que teremos um documento que aponta soluções práticas para a educação de jovens, adultos e idosos no Brasil”, completou.

 

Durante o lançamento dos Cadernos EJA Ensino Médio, a professora Maria Elza Silva, Dirigente Municipal de Educação de Bonito/PE, destacou que é o momento para reafirmar a luta em defesa da modalidade. Segundo ela, os profissionais e aqueles que trabalham diretamente com a pauta têm a convicção de que será possível avançar nas conquistas. “O lançamento desses materiais representa, sobretudo, um apoio aos profissionais que estão em nossas salas de aula”, afirmou.

Maria Elza ressaltou ainda que a Educação de Jovens e Adultos não pode ser tratada como uma simples extensão do ensino fundamental, mas sim a partir de uma proposta pedagógica que atenda às reais necessidades dos estudantes. Por fim, reforçou a importância de fortalecer instituições e iniciativas que trabalham em favor de uma educação de jovens e adultos sustentável, equânime e qualificada para todos.

Os novos Cadernos EJA Ensino Médio têm como objetivo oferecer às escolas um material didático de caráter interdisciplinar, que possa ser utilizado de forma flexível pelas redes de ensino, considerando as especificidades de cada localidade e sua proposta pedagógica.

Clique aqui, conheça e acesse os cadernos lançados.

Esse material serve como apoio para o fortalecimento dos projetos político-pedagógicos das escolas no que diz respeito ao ensino médio na EJA. Os cadernos interdisciplinares abrangem conhecimentos de diversas áreas e estão fundamentados na metodologia baseada na tríade: conhecer, pesquisar e intervir.

 

Todos os cadernos incluem uma proposta de pesquisa e sugerem uma ação de intervenção na realidade. O foco principal da aprendizagem está nos conteúdos e preceitos que contribuam para a formação crítica de jovens, adultos e idosos em seu contexto histórico e social.

 

Durante o seminário, foi apresentado um mapeamento dos impactos econômicos da educação de jovens e adultos na vida dos alunos. O estudo do MEC, em parceria com a Unesco, tem como finalidade ampliar o campo de pesquisas relacionadas à modalidade e contribuir para a sua valorização.

A publicação “A Educação que transforma vidas adultas: um estudo sobre o retorno econômico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil”, tem a finalidade de ampliar o campo de pesquisas sobre a modalidade e contribuir para a sua valorização. Com o documento, o MEC pretende estimular o debate qualificado e as reflexões acerca dos dados apontados, buscando o aprimoramento da pesquisa e da política.

 

A pesquisa demonstrou que a alfabetização de jovens e adultos representa um ganho significativo na renda média de estudantes entre 18 e 60 anos, de 16,3%. Para aqueles com 46 a 60 anos, esse impacto é ainda maior, chegando a 23,3%. 

Para quem concluiu os anos finais do ensino fundamental na EJA, a renda média é 4,6% maior do que para aqueles que pararam de estudar após concluir os anos iniciais. Esse impacto é particularmente notável para o grupo de 26 a 35 anos, com um aumento de 14,9% na renda.

E a conclusão do ensino médio na EJA eleva a renda mensal em 6%, em média, para o grupo de 18 a 60 anos em comparação com quem parou os estudos no ensino fundamental. O maior impacto é observado na faixa de 26 a 35 anos, com um aumento de 10% na renda.

O Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos: 1º Ano do Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos (Pacto EJA) reuniu representantes do governo federal, das secretarias estaduais e municipais de educação, fóruns de EJA e organizações da sociedade civil para debater a modalidade.

A secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do MEC, Zara Figueiredo, reforçou o compromisso do ministério em colocar a EJA no centro da política educacional. Para ela, a alfabetização de adultos vai além do ato de aprender a ler letras: significa também “ler o mundo”, o que dá grandeza ao Pacto pela Superação do Analfabetismo.

Ela destacou que não se pode responsabilizar aqueles que não conseguiram se alfabetizar, pois “essas pessoas já deram tudo de si, já entregaram toda a sua força. Não é para culpá-las, mas sim para que o Estado pense em estratégias capazes de atender todos os grupos, inclusive aqueles que tentaram de todas as formas e não conseguiram”.

Por fim, Zara ressaltou a importância de manter viva essa memória como inspiração para gestores, educadores e toda a sociedade. “É um lembrete diário, para todos nós, enquanto pessoas e enquanto secretários de educação, de que precisamos trabalhar para que ninguém seja deixado para trás”, concluiu.

 

Fonte: Undime (com informações do MEC)


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