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14/10/2014 Undime

Ativista indiano pelo direito à educação e contra o trabalho infantil ganha Nobel da Paz

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O indiano Kailash Satyarthi, de 60 anos, e a estudante paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, ganharam o prêmio Nobel da Paz de 2014. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (10/10) pelo comitê do Nobel, que reconheceu o protagonismo dos ativistas na ?luta contra a opressão das crianças e dos jovens e pelo direito de todas as crianças à educação?. 

Como membro do movimento internacional pelo direito à educação, Kailash Satyarthi é apoiador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação desde 1999, quando foi fundada a CGE (Campanha Global pela Educação), a qual ele presidiu até fevereiro de 2011. A Campanha brasileira também é fundadora da CGE e igualmente participou de sua direção até 2011. "O Prêmio Nobel da Paz reconheceu, nesse ano, o direito à educação como um fundamento da democracia e da justiça social e, portanto, da paz. Malala enfrenta o radicalismo religioso em defesa do direito à educação das mulheres. Kailash luta contra o trabalho infantil dizendo que o lugar das crianças é na escola. Kailash é fundador da Campanha Global e sempre incentivou e reconheceu nosso trabalho na Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Estou profundamente emocionado!", diz Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. 

Kailash Satyarthi é também fundador da Marcha Global contra o Trabalho Infantil e da Bachpan Bachao Andolan, que retirou mais de 80.000 crianças da escravidão, tráfico e exploração laboral nas últimas três décadas. O ativista já havia sido indicado ao Nobel em 2006. 

Membro internacional da Campanha brasileira ? O indiano esteve no Brasil diversas vezes, participando de atividades organizadas pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, no âmbito de sua atuação internacional. Há um ano, em outubro de 2013, a convite da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Kailash participou da audiência pública ?Fora da Escola não Pode: o contexto de exclusão escolar no país e os impactos do trabalho infantil?, realizada no Senado Federal, convocada pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) por sugestão da Campanha. A audiência foi realizada como atividade da iniciativa ?Fora da Escola Não Pode!?, desenvolvida pela Campanha em parceria com o Unicef. 

Em janeiro de 2008, Kailash veio ao Brasil participar da 3ª Assembleia Mundial da CGE, organizada em São Paulo pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Naquela ocasião, o ativista publicou um artigo no jornal Folha de São Paulo, com o título Educação para Todos na encruzilhada

O indiano ainda esteve com representantes da Campanha brasileira em várias atividades fora do Brasil. Em julho de 2010, Kailash falou no workshop '1GOL: Educação para Todos' realizado na Casa Brasil em Joanesburgo, África do Sul, pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação em parceria com a CGE, durante a Copa do Mundo de Futebol, como atividade da iniciativa 1Gol: Educação para Todos. Participaram ainda os ex-jogadores da seleção brasileira Mauro Silva e Carlos Alberto Torres, além do craque sul-africano Quinton Fortune. 

Na mesma ocasião, junto com Daniel Cara, Kailash participou do evento ?1Gol Pré-Cúpula?, que reuniu autoridades, entidades da sociedade civil, estudantes e professores na Fundação Nelson Mandela, também em Joanesburgo. Prestigiaram o evento a chanceler da universidade de Cape Town, hoje viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, e a diretora geral da Unesco, Irina Bokova. 

Sociedade civil brasileira em solidariedade a Malala - Aos 11 anos de idade, a indiana Malala chamou a atenção do mundo para as atrocidades cometidas pelo Taleban contra meninas que iam à escola em áreas sob controle da milícia. Sob um pseudônimo, as denúncias eram publicadas no blog da BBC local. Em 2012, talebans atiraram em Malala por ela defender o direito à educação. Após o atentado, ela tornou-se a principal voz mundial em defesa da educação feminina. 

Em 9 de novembro de 2012, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação se juntou aos esforços da CGE para pressionar o governo paquistanês pela garantia do direito à educação para todos naquele país, sendo a principal ação o reconhecimento de direitos iguais para meninas e meninos frequentarem a escola. A Campanha enviou uma carta aos representantes diplomáticos do Paquistão no Brasil, documento que foi entregue também ao Enviado Especial das Nações Unidas para a Educação Global, Gordon Brown. 

Saiba mais: 
Assista ao discurso de Malala discurso em reunião da ONU. 

Leia o artigo de Kailash para o jornal Folha de S.Paulo. 

Veja o release (em inglês) da CGE sobre a premiação de Kaialash. 

Confira as cartas enviadas pela Campanha ao embaixador e ao consulado paquistanês, em defesa de Malala 

Autor: Campanha Nacional pelo Direito à Educaçãohttp://www.campanhaeducacao.org.br/?idn=1388

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