22/10/2016 Undime
A definição da Base Nacional Comum Curricular deve avançar até o fim do ano. Saiba que impacto esse documento provocará na educação brasileira
Está em discussão um documento que promete ter grande impacto na educação brasileira. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi apresentada no ano passado e, desde então, já passou por dois grandes processos de consulta: pela internet, aberta à população; e em seminários estaduais em todas as unidades da Federação. Agora, o Ministério da Educação (MEC) enfrentará o desafio de organizar todas essas contribuições em uma terceira versão do documento, que será apresentada até o fim do ano para avaliação do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Cleuza Repulho, integrante do Movimento pela Base Nacional Comum, explica que, para os pais, a base servirá principalmente para saber o que esperar do desenvolvimento dos filhos a cada faixa etária. "A ideia é que a Base seja clara para os professores e, principalmente, para as famílias", afirma. A partir do documento, será possível entender qual é o papel da escola na formação de crianças, adolescentes e jovens. Ela acredita que, quando o texto chegar ao CNE, provavelmente serão promovidas audiências públicas, em que a população poderá participar novamente.
"Ela será o fio condutor, e cada escola e rede, seja pública, seja privada, poderá incluir conteúdos importantes para aquela comunidade", afirma Cleuza. Entender a diferença entre currículo e Base é essencial, de acordo com Alessio Costa Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). "É importante deixar bem definidas as diferenças entre esse dois documentos e como eles estão interrelacionados", diz.
O objetivo é que a Base defina 60% dos conteúdos essenciais a serem ensinados nas escolas do país - de Norte a Sul -, e que cada uma delas forme o próprio currículo, a partir das características e das definições das redes de ensino locais - municipal e estadual. No entanto, essa divisão percentual também permanece confusa, de acordo com a entidade."Vimos ainda que a abordagem precisa ser mais direta, clara e objetiva. Tem de ser um texto que comunique facilmente, que não se estenda demais e que facilite a leitura e a compreensão por parte tanto dos professores quanto de qualquer cidadão", avalia o presidente da Undime.
A expectativa da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF) é que, com a BNCC, as escolas estruturem um currículo realista, e que isso dê mais transparência ao processo de ensino. "Creio que, a partir daí, a cobrança sobre a escola vai aumentar", avalia o presidente da entidade, Luis Claudio Megiorin. Ele acredita que o documento completo não ficará pronto até 2018, pois pode ser necessário esgotar a discussão sobre as mudanças no ensino médio para que parte do que for definido seja incluído na Base (leia mais na página 24).
Megiorin afirma que os pais têm, hoje, poucos elementos para avaliar a qualidade do ensino dos filhos, principalmente nas escolas privadas, onde a Prova Brasil - que gera parte dos dados que compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - é aplicada apenas por amostragem, e não de forma censitária. Isso significa que os resultados não são divulgados por escolas na rede particular. "Este ano, tivemos um alerta, porque vimos números abaixo da meta nas escolas privadas", diz (leia mais na página 26).
Contribuições
Alessio Costa Lima, da Undime, explica que, após a fase de seminários estaduais, foram elaborados quatro documentos a serem analisados pelo MEC para a construção da terceira versão da BNCC. O primeiro consiste no resultado de todos os seminários locais. Outros dois são análises qualitativa e quantitativa desses mesmos resultados e ficaram a cargo de uma equipe da Universidade de Brasília (UnB). O quarto documento foi elaborado em conjunto pela Undime e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
Este último relatório trouxe considerações sobre a estrutura do documento e sobre questões específicas relacionadas a cada etapa do ensino - educação infantil, ensinos fundamental e médio.Um dos principais pontos discutidos, segundo o presidente da Undime, foi a importância de se definir, antes de tudo, a quem o texto da Base se destina: ao professor, à escola, ao sistema de ensino?
Outra consideração geral importante levada pelas duas entidades ao MEC foi a necessidade de se estabelecer um cronograma de atividades após a aprovação do documento final, já na fase de implementação. "Um vez aprovada a Base, é importante definir que movimento deve ser feito com as redes de ensino para uma atualização da proposta curricular", detalha. Cleuza Repulho reforça que esse será um processo longo, pois exigirá adaptação de materiais didáticos, investimento na formação inicial e continuada dos professores, entre outras ações. "Isso leva tempo. Em outros países, levou de três a cinco anos."
Fonte: Correio Braziliense - Especial Escolha a escola do seu filho
A definição da Base Nacional Comum Curricular deve avançar até o fim do ano. Saiba que impacto esse documento provocará na educação brasileira Está em discussão um documento que promete ter grande impacto na educação brasileira. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi apresentada no ano passado e, desde então, já passou por dois grandes processos de consulta: pela internet, aberta à população; e em seminários estaduais em todas as unidades da Federação. Agora, o Ministério da Educação (MEC) enfrentará o desafio de organizar todas essas contribuições em uma terceira versão do documento, que será apresentada até o fim do ano para avaliação do Conselho Nacional de Educação (CNE). Cleuza Repulho, integrante do Movimento pela Base Nacional Comum, explica que, para os pais, a base servirá principalmente para saber o que esperar do desenvolvimento dos filhos a cada faixa etária. "A ideia é que a Base seja clara para os professores e, principalmente, para as famílias", afirma. A partir do documento, será possível entender qual é o papel da escola na formação de crianças, adolescentes e jovens. Ela acredita que, quando o texto chegar ao CNE, provavelmente serão promovidas audiências públicas, em que a população poderá participar novamente. "Ela será o fio condutor, e cada escola e rede, seja pública, seja privada, poderá incluir conteúdos importantes para aquela comunidade", afirma Cleuza. Entender a diferença entre currículo e Base é essencial, de acordo com Alessio Costa Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). "É importante deixar bem definidas as diferenças entre esse dois documentos e como eles estão interrelacionados", diz. O objetivo é que a Base defina 60% dos conteúdos essenciais a serem ensinados nas escolas do país - de Norte a Sul -, e que cada uma delas forme o próprio currículo, a partir das características e das definições das redes de ensino locais - municipal e estadual. No entanto, essa divisão percentual também permanece confusa, de acordo com a entidade."Vimos ainda que a abordagem precisa ser mais direta, clara e objetiva. Tem de ser um texto que comunique facilmente, que não se estenda demais e que facilite a leitura e a compreensão por parte tanto dos professores quanto de qualquer cidadão", avalia o presidente da Undime. A expectativa da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF) é que, com a BNCC, as escolas estruturem um currículo realista, e que isso dê mais transparência ao processo de ensino. "Creio que, a partir daí, a cobrança sobre a escola vai aumentar", avalia o presidente da entidade, Luis Claudio Megiorin. Ele acredita que o documento completo não ficará pronto até 2018, pois pode ser necessário esgotar a discussão sobre as mudanças no ensino médio para que parte do que for definido seja incluído na Base (leia mais na página 24). Megiorin afirma que os pais têm, hoje, poucos elementos para avaliar a qualidade do ensino dos filhos, principalmente nas escolas privadas, onde a Prova Brasil - que gera parte dos dados que compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - é aplicada apenas por amostragem, e não de forma censitária. Isso significa que os resultados não são divulgados por escolas na rede particular. "Este ano, tivemos um alerta, porque vimos números abaixo da meta nas escolas privadas", diz (leia mais na página 26). Contribuições Alessio Costa Lima, da Undime, explica que, após a fase de seminários estaduais, foram elaborados quatro documentos a serem analisados pelo MEC para a construção da terceira versão da BNCC. O primeiro consiste no resultado de todos os seminários locais. Outros dois são análises qualitativa e quantitativa desses mesmos resultados e ficaram a cargo de uma equipe da Universidade de Brasília (UnB). O quarto documento foi elaborado em conjunto pela Undime e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Este último relatório trouxe considerações sobre a estrutura do documento e sobre questões específicas relacionadas a cada etapa do ensino - educação infantil, ensinos fundamental e médio.Um dos principais pontos discutidos, segundo o presidente da Undime, foi a importância de se definir, antes de tudo, a quem o texto da Base se destina: ao professor, à escola, ao sistema de ensino? Outra consideração geral importante levada pelas duas entidades ao MEC foi a necessidade de se estabelecer um cronograma de atividades após a aprovação do documento final, já na fase de implementação. "Um vez aprovada a Base, é importante definir que movimento deve ser feito com as redes de ensino para uma atualização da proposta curricular", detalha. Cleuza Repulho reforça que esse será um processo longo, pois exigirá adaptação de materiais didáticos, investimento na formação inicial e continuada dos professores, entre outras ações. "Isso leva tempo. Em outros países, levou de três a cinco anos." Fonte: Correio Braziliense - Especial Escolha a escola do seu filho