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07/11/2017 Undime

Instituto e TV oferecem cursos e programação em língua de sinais

De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 9,7 milhões de pessoas são surdas ou possuem alguma deficiência auditiva. Diante desse cenário, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), órgão federal vinculado ao MEC, trabalha na importante missão de produzir, desenvolver e divulgar conhecimentos científicos e tecnológicos na área da surdez em todo o país, bem como subsidiar a Política Nacional de Educação (PNE), na perspectiva de promover e assegurar o desenvolvimento da pessoa surda, sua plena socialização e o respeito às suas diferenças.

“Somos um centro de referência nacional na área da surdez”, explica o diretor-geral do Ines, Marcelo Cavalcante. “Temos um colégio de aplicação, onde atendemos desde a educação infantil até o ensino básico e também o ensino superior, com o curso de pedagogia bilíngue português e libras para a formação de professores”.

A unidade oferece também um curso de formação em libras. Totalmente gratuito, presencial e com duração de dois anos e meio, o curso se realiza a cada semestre, em cinco módulos, abrangendo especialmente familiares de crianças surdas, professores em formação ou em atuação na rede pública e profissionais de empresas públicas e privadas. “O curso é muito procurado pela comunidade”, destaca Marcelo Cavalcante. “Quando abrimos o primeiro módulo, as inscrições se encerram em apenas quatro minutos.” Atualmente, o Ines estuda a possibilidade de disponibilizar o curso também na modalidade a distância.

Encaminhamento – Além disso, o instituto busca qualificar e encaminhar pessoas surdas, valorizando suas potencialidades e promovendo o exercício da cidadania. São oferecidos cursos de qualificação, a fim de preparar profissionalmente essas pessoas, e assessoria técnica às empresas que as receberão. “Os centros de atendimento à surdez também são trabalhados por nós”, completa o diretor-geral do Ines. ”Atendemos em todo o Brasil e encaminhamos profissionais que viajam para dar essa capacitação.”

Segundo a coordenadora-geral de Articulação da Política de Inclusão nos Sistemas de Ensino do MEC, Linair Moura Barros Martins, a libras tem uma comunidade falante, minoritária, mas que deve ser respeitada e priorizada na educação. “Nós temos uma parte diversificada do currículo, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em que o ensino da libras pode se constituir dentro do currículo escolar”, explica. “Assim, qualquer escola que opte por ensinar a língua de sinais, assim como temos as outras matérias, pode incluí-la no currículo. ”

Canal bilíngue – Para vencer o desafio de produzir um canal de televisão bilíngue e construir narrativas audiovisuais que conjuguem a língua brasileira de sinais e a língua portuguesa, integrando públicos e com transmissões 24 horas por dia, a TV Ines é uma importante ferramenta a contemplar o público surdo ou com alguma dificuldade auditiva.

Para o gerente de produção da TV Ines, Cláudio Jardim, o surdo assume o papel de protagonista na emissora. “Aqui, ele é maior do que a imagem que está sendo mostrada”, afirma. “É uma TV de inclusão, onde o surdo tem acesso a coisas que vão diretamente ao encontro do que eles querem saber – não ouvir, mas saber. ”

O veículo é subsidiado pela Lei nº 10.436, sancionada em 24 de abril de 2002, que tanto reconhece a libras como a segunda língua oficial do Brasil quanto reforça a responsabilidade do poder público e empresas ligadas ao serviço público em usar e disseminar a linguagem de sinais como uma comunicação objetiva.

Os programas são desenvolvidos por uma equipe de profissionais surdos, ouvintes, tradutores intérpretes e profissionais do Ines. Emissora web, ela é transmitida em streaming (tecnologia que envia informações multimídia, através da transferência de dados, utilizando redes de computadores, tornando as conexões mais rápidas) vídeo sob demanda, aplicativos para smartphones, tablets e televisões conectadas à internet.

Integração – Em funcionamento desde abril de 2013, a TV Ines prioriza libras e conta com legendas e locução em todos os produtos. Isso transforma o veículo como único na proposta de integrar os públicos surdo e ouvinte em uma grade de programação bilíngue.

“Somos a única televisão brasileira a oferecer programação completa para surdos e ouvintes. Só existem cinco emissoras no mundo com atividade semelhante”, lembra Cláudio Jardim, reforçando que a grade de programação é eclética, com foco na comunicação educativa e com informação, cultura, entretenimento, esporte, documentários, desenhos animados, tecnologia, aulas de libras, revistas eletrônicas, filmes com legendas descritivas e um talk show em língua brasileira de sinais.

Criada em parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e a Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (Acerp), a TV Ines conquista grande audiência nas diferentes plataformas. Já são mais de três milhões de pessoas acessando a programação nos múltiplos canais de transmissão. E os desafios não param: em breve, eles querem chegar às redes de transmissão por canal a cabo.

Enem – Destacando a importância desse público e da questão da inclusão no país, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, realizado no último domingo, 5, foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Aproximadamente 3 mil candidatos foram inscritos no processo de avaliação como surdos. Desses, cerca de 1,7 mil fizeram uso de uma novidade na aplicação especializada: a videoprova traduzida em libras. Os outros 1,3 mil realizaram as provas com auxílios tradicionais de tradutores.

Confira aqui mais informações sobre o curso de formação em libras oferecido pelo Ines.

Fonte: MEC

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